Logo O POVO+
Jogos digitais bilionários
Pop-Empregos-E-Carreiras

Jogos digitais bilionários

Capacitar os jovens para as áreas de abrangência da tecnologia, economia criativa e empreendedorismo no setor de jogos é uma forma de impulsionar o País
Edição Impressa
Tipo Notícia
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

A indústria de jogos digitais é um mercado global de mais de cem de bilhões de dólares, considerando somente cifras de 2017. É maior que qualquer segmento de entretenimento no mundo. Faz parte do que se denomina economia criativa que reúne, entre outras áreas, o cinema, a televisão, a literatura. Para se ter uma ideia, o produto de entretenimento mais rentável da História recente é um jogo, com cerca de 6 bilhões de dólares em faturamento. Algo maior que qualquer filme, livro ou música já lançados.

Grandes empresas atuam nesse mercado, como a Microsoft e a Sony, porém há nichos milionários explorados por empresas de diversos portes. As estratégias das empresas têm sido amplas. Algumas criaram equipamentos (hardware) proprietários para execução de seus jogos, vendendo mais de uma centena de milhões de consoles nos últimos 5 anos no mundo. Outras adotaram serviços de consumo online, multiplataformas (em quaisquer dispositivos), criando comunidades próprias de gamers (jogadores). Houve quem permitiu a cooperação com estúdios experientes em cinema para elevar ao extremo a qualidade dos jogos (virou "coisa de cinema!", literalmente). Indo além do entretenimento e mercado, jogos podem desenvolver a inteligência das pessoas e atividades cognitivas, podendo contribuir na educação, saúde e capacitação de pessoas.

As tecnologias envolvidas são diversas e expressam o nível de complexidade que os jogos atingiram. No desenvolvimento ou na execução dos jogos utilizam-se tecnologias tais como: captura de movimento e feições de atores para compor personagens; realidade virtual; interface humano-máquina; engenharias de software e hardware; visão computacional; simulação computacional de fenômenos físicos; computação gráfica; gamificação (jogos sérios); computação em nuvem e de alto desempenho. Além disso, jogos envolvem conceitos de arte, história, teatro, desenho e, hoje, os lançamentos da área possuem status e orçamentos compatíveis com grandes produções cinematográficas.

O mercado é imenso e podemos participar localmente desse mercado internacional. Como? Capacitando os jovens para as áreas de abrangência da tecnologia; permitindo a migração de pessoas que já atuam na economia criativa em outras vertentes como artes visuais e teatro; aproveitando o nosso capital humano para a gamificação; incentivando o empreendedorismo no setor de jogos aos estudantes de nível fundamental, médio, superior e pós-graduação; disponibilizando recursos financeiros para o setor; apoiando a participação de aceleradoras e incubadoras tecnológicas; atraindo grandes empresas e investidores do setor de informática; divulgando as ações já existentes em nossas instituições de educação superior. O Porto Digital, em Recife, por exemplo, já atua fortemente no segmento da economia criativa. No Ceará também podemos vir a ter atuação expressiva, caso haja a decisão de encararmos o desafio de participar desse mercado.

Os jogos são um mercado sério em nível mundial. O que mais está por vir?

 

Auzuir Ripardo de Alexandria

Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

O que você achou desse conteúdo?