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A partir do reconhecimento da dificuldade de pessoas trans conseguirem espaço no mercado de trabalho, o projeto TransEmprego foi criado em 2013 para diluir a exclusão devido à sua identidade.

O POVO - Quais são os desafios que as pessoas trans enfrentam no mercado de trabalho?

Maite Schneider - O maior desafio, primeiro, é vencer certos estigmas, preconceitos, que são muito negativos, que foram arraigados durante séculos na nossa sociedade, na nossa cultura que é machista, cristã, que tem a figura da pessoa trans como um pecado, suja, maldita. Depois de tirar esses estigmas, a gente tem que potencializar, porque foram anos que elas foram e ainda continuam sendo colocadas à margem da sociedade e sem poder ter uma inserção tanto na família quanto na escola, isso logicamente acarreta no mercado de trabalho. E posteriormente, melhorar as capacitações, fazer com que elas voltem a estudar, se capacitar, se profissionalizar cada vez mais.

OP - Quais os avanços conquistados no mercado de trabalho nos últimos 10 anos?

Maite - Um projeto como o TransEmprego, que tem cinco anos, não poderia nem ter chance de existir há dez anos, seria uma coisa impossível. As empresas estarem abertas também. Hoje, a gente tem a Atento que tem 78 mil funcionários no Brasil, 1.300 são trans. É possível sim essa transformação, de inserção real, de diversidade.

OP - Quantos homens e mulheres trans já conseguiram emprego pelo TransEmprego?

Maite - A gente não tem esse quantitativo, porque para a gente do TransEmprego, de uma a um milhão, o que a gente quer é fazer a inserção. A gente acaba trabalhando a questão das pessoas transgêneras, mas a gente abarca todas as diversidades. Se você quebrar esse preconceito que é um dos maiores que existe, de repúdio, de asco na sociedade com relação à pessoa transgênera, a gente consegue quebrar preconceitos com outras ditas minorias, mesmo que não quantitativas, mas políticas. Semana passada, a gente conseguiu empregar 15. Então, é muita gente. A gente vê que elas estão felizes, empregadas. Às vezes, as empresas que contratam querem mais, porque elas se dedicam muito, valorizam muito o emprego, muitas vezes é o primeiro emprego com 40 ou 50 anos de idade.

TransEmpregos 

Os interessados podem enviar currículos para o email marciademais@yahoo.com.

 

 

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