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Carreira modelada
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Carreira modelada

A artista plástica e designer de moda Carina Santos encontrou na cerâmica uma fonte de renda e uma válvula de escape
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Começou a frequentar as aulas de dança quando ainda estudava no colégio 7 de Setembro. Mesmo que ainda não encarasse como uma possível carreira, Carina Santos já levava bem a sério os ensaios. Quando os anos passaram, a aluna se transformou em professora de jazz e balé no mesmo lugar onde começou. Em paralelo, iniciou sua formação de designer de moda na Faculdade Católica e finalizou o curso na Unifor.

Além disso, trabalhou com fotografia por nove anos, principalmente, com fotos de casamento e festas. Mais tarde, as câmeras cruzaram o seu caminho novamente, só que dessa vez era ela a fotografada. É a partir do Instagram que os acessórios de cerâmica produzidos por ela são divulgados e é Carina a modelo que expõe a maioria das peças. Porém, sente que as redes é uma das suas maiores dificuldades.

Os brincos, os colares, os anéis e os broches surgiram como uma válvula de escape para a bailarina. "Foi em um período da dança que eu estava meio estagnada, sabe?", relembra. Fez aulas de cerâmica com as professoras Terry Kay e Laiz Ferreira e depois começou um projeto experimental com Ignes Vasconcelos, quem tinha conhecido em um curso de esmaltação. Assim, por acaso, foi nascendo a Ocre no começo de 2016.

O processo completo envolve modelagem, secagem, primeira queima, esmaltação, segunda queima e montagem. Como ela ainda não tem forno, precisa terceirizar o trabalho das queimas para Ignes, mas é ela quem faz todo o restante das etapas. Desde as peças ao nome da marca, é possível encontrar um pedacinho de Carina. Alguns acessórios ganham formato mais orgânico, inspirados no movimento do corpo humano, na dança, nos elementos da natureza. Já o nome Ocre, "é uma cor terrosa, nem tem uma cor específica para a cor ocre, porque vai do marrom ao vermelho, é como uma nuance. Tem tudo a ver com o barro, está atrelado a terra, ao feminino", explica.

O ateliê fica em sua própria casa. Assim, os pincéis, as formas e a argila ficam esperando Carina terminar as outras tarefas do dia, como as aulas de dança e os cuidados com o filho, para começar a produção. A lua e as estrelas também já são suas companheiras, porque o trabalho geralmente começa por volta de meia noite e se estende até quando a produtividade deixar fluir.

As vendas são feitas em seu ateliê por agendamento, por meio do seu Instagram e expõe suas peças na Revival Loja. A artista plástica também participará da Feira Mana a Mana, composta apenas por integrantes mulheres que fazem trabalhos manuais, no dia 15 de setembro. Lá, Carina também facilitará uma vivência de argila como arte terapia, às 10h.

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Confira os vídeos de Perfil Profissional em https://bit.ly/2Fq8ZYK 

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ARTE PRÓPRIA

Como surgiu a Ocre?

Carina - Tem ligação com a dança. A Ocre surgiu mais ou menos no final de 2016 e foi em um período da dança que eu estava meio estagnada, sabe? Estava procurando uma outra arte, um trabalho manual que me complementasse enquanto artista em paralelo à dança. E aí veio a cerâmica. A princípio, eu não pensei em incluir a cerâmica dentro da moda. Eu pensei em uma forma bem universal, por essa questão da argila, de ser bem moldável, dessa plasticidade, até como arte terapia mesmo.

Qual seu sonho profissional?

Carina - Eu pretendo transformar essa casa aqui em um espaço coletivo onde a cidade possa usufruir como equipamento cultural mesmo. Trazer pessoas para dar cursos, palestras, aulas. Seria onde a gente poderia dar acesso, que não ficasse restrito a mim, familiares ou a pessoas próximas. Mas sim abranger uma gama maior de pessoas, não só da cidade, mas de fora também. Esse é o meu sonho. Aqui é a minha casa, mas penso em transformar essa casa toda nesse espaço.

Tem algum motivo para você ser sua própria modelo?

Carina - Eu gosto, eu acho que muita gente já associa a Ocre a mim. A minha personalidade que está ali, sou eu, tem muito de mim nas peças. Acho importante ter essa associação. Também tem essa questão de não ter outras pessoas, eu também moro longe, não é fácil assim de eu estar chamando pessoas, mas já já vai sair fotos com novas pessoas. Eu acho que é uma mistura de estratégia, da minha personalidade e de não ter outras pessoas.

 

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