A espera de muitos profissionais da área de educação no Ceará acaba este ano, com a abertura do concurso para professor da rede pública estadual. São 2.500 vagas, distribuídas em 13 disciplinas da base comum de ensino, além de Libras - destinada à demanda em escolas de atendimento a pessoas com deficiências. Os salários vão até R$ 3.588,27. Último certame foi realizado em 2013, quando 3.322 candidatos entraram em exercício, conforme a Secretaria de Educação do Ceará (Seduc).
Cerca de 50 mil candidatos devem se inscrever no atual edital, segundo o secretário de Educação do Estado, Rogers Mendes, devido ao momento econômico atual, em que uma carreira pública é cada vez mais desejada. "Chegar a 50 mil interessados é possível levando em consideração outros concursos recentes [...] A gente bate sempre a demanda de acordo com as disciplinas distribuídas em todo o Estado", diz ele sobre a quantidade de vagas abertas. As inscrições se encerram no próximo dia 5 de setembro, as provas serão realizadas em 21 de outubro.
Candidatos estavam na expectativa para um concurso da Seduc há cerca de três meses, segundo o diretor de ensino do curso Prime, Thiago Pacífico. "A única surpresa foi a mudança da banca (agora Funece), antes era o Cespe, muitos alunos que estavam esperando uma banca agora têm que mudar um pouco a estratégia, mas os bons candidatos já estão hoje priorizando as específicas. O fato de a gente ter transparência maior por parte do Estado, isso facilita demais para os candidatos conseguirem estudar com antecedência", explica.
Professora de Português da escola Estado do Amazonas, no bairro Bela Vista, Nayara Freitas, 27, atualmente ensina alunos de 1º e 2º ano. Somente após a convocação, passou a ter contato com alunos da rede pública e já trabalhou em quatro colégios diferentes. "Desde pequena, minha mãe dizia que eu ia ser professora, porque eu sempre gostei de ler. Eu não esperava me identificar tanto como professora da escola pública, meus planos incluíam mestrado, doutorado e a possibilidade da carreira acadêmica, mas a estabilidade do concurso me atraiu", diz a professora que é formada em Letras, língua portuguesa.
Ela se encontrou na docência, apesar da injusta desvalorização da profissão no Brasil e falta de estrutura de muitas unidades públicas.
"É preciso se identificar com a profissão. Amor e empatia são palavras fundamentais para exercer essa profissão. Às vezes, o papel de educadora se estende ao papel de amiga, de ouvinte. Na escola particular, muitas vezes não se vive essa experiência, na escola pública há um maior envolvimento diante das questões sociais".
Rogers concorda que o contexto de vulnerabilidade social dos alunos da rede pública exige dos professores, além do domínio das disciplinas, uma interação maior. "A escola precisa criar um clima acolhedor, essa competência de respeito aos estudantes e aos pais, eu diria que é a grande competência do educador. Não ficar simplesmente ministrando aula de forma fria, mas entender melhor o universo cultural, criar essa interdependência social", considera.
O secretário admite problemas estruturais na rede pública, mas informa melhorias para alunos e professores. Reforça que o investimento anual é de R$ 25 milhões em reformas e compra de equipamentos, como computadores. "Há investimento na melhoria das condições de trabalho, sala dos professores, equipamento. Claro, é um desafio, mas há sim ganhos ano a ano, a gente vem percebendo melhoria da estrutura, tentando climatizar boa parte das salas para aumentar o conforto", complementa.
#aprovaprofessor
Acompanhe a série de weblives que o PopEmpregos&Carreiras vai realizar com dicas para a prova da Seduc. Nos dias 27, 28 e 29 de agosto no Facebook Empregos&Carreiras, professores irão comentar o edital e dar dicas preciosas para os candidatos se darem bem nas provas! Acompanhe através da hashtag #aprovaprofessor nas redes sociais!
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