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"Um país se faz com homens e livros", Monteiro Lobato
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"Um país se faz com homens e livros", Monteiro Lobato

Em julho de 2018 faz 70 anos da morte do escritor brasileiro
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Tipo Notícia
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Prof. André Rosa 

Historiador

professorandrerosa@hotmail.com 

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A primeira vez que tive conhecimento da pessoa de Monteiro Lobato, foi da mesma forma que muitos brasileiros tiveram, através de uma série de TV, chamada de Sítio do Pica-Pau Amarelo. Aventurescas e emocionantes estórias eram contadas e os telespectadores eram envolvidos numa cultura que pouco se vê hoje em dia. Depois, estimulado pela boa informação que acompanhava, fui descobrindo que José Bento Monteiro Lobato nascido em Taubaté (SP), em 1882, era um homem de grande diversidade e talento, considerado gênio e pioneiro da literatura infanto-juvenil. Sua vocação era as artes: pintura, fotografia e o mundo das letras. Depois fiquei sabendo que a sua melhor obra não tinha sido aquela série que tanto gostava de assistir e sim o livro Urupês (1918). Esta obra apresenta o Jeca Tatu, um personagem parasitado que ficou sendo para muitos a mais fiel retratação do povo brasileiro, "papudo, feio, molenga, inerte". Com isso, descobria o espírito crítico do contador de estórias, que na verdade também era crítico da condições brasileiras de sua época, ainda pertinentes.

[SAIBAMAIS] 

Entrou para história também como um grande opositor do governo getulista, já que se antipatizaram desde o começo. Em 1930, o escritor apoiou Júlio Prestes. Enviou uma carta ao possível sucessor em apoio, declarando sua simpatia a ele convencido de que Prestes, continuísta, era a alterativa mais conveniente para as políticas energéticas brasileiras. Eleito Júlio Prestes, não chegou a tomar posse. A Revolução de 30, liderada por Vargas, tomou o poder à força de armas e estabeleceu um governo discricionário. Lobato estava, então, em Nova York. Retornou ao Brasil no ano seguinte, começou a encabeçar uma campanha em defesa do investimento de capital nacional em petróleo, ferro e estradas de rodagem e ferrovias com a intenção de promover o desenvolvimento de nosso País. Resumindo, suas estórias eram baseado em histórias, sempre boas para lembrar.

 

Linha do tempo

 

1882

Em 18 de abril nasce em Taubaté José Renato Monteiro Lobato, filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Augusta Monteiro Lobato.

1895

Em dezembro, vai a São Paulo, onde em janeiro prestará exames para o ingresso no curso preparatório.

1896

Reprovado, regressa a Taubaté e ao Colégio Paulista. Durante o ano letivo, colabora no jornalzinho estudantil O Guarani. Em dezembro, é aprovado nos exames que presta.

1900

Ingressa na Faculdade de Direito de São Paulo. Com os colegas de turma, funda uma Acadêmica, em cuja sessão inaugural faz um discurso intitulado Ontem e Hoje.

1908

Casa-se com Maria Pureza.

1914

Em 12 de novembro, O Estado de São Paulo publica o artigo "Velha Praça". Em 23 de dezembro, o mesmo jornal publica "Urupês".

1917

O Estado de S. Paulo publica o artigo "A criação do estilo", mais tarde compilado no livro Ideias de Jeca Tatu, em que Lobato sugere que se incorporem elementos do folclore brasileiro nos cursos de arte, especialmente nos do Liceu de Artes e Ofícios. Sob o título "Mitologia brasílica", em o Estadinho, edição vespertina de O Estado de S. Paulo, dá início a uma pesquisa pioneira de opinião pública sobre o saci. Reunindo as respostas de leitores e textos de sua autoria, Lobato organiza O Saci-Pererê: resultado de um inquérito, seu livro de estreia, lançado no início de 1918.

1918

Lançamento de Urupês, livro de contos considerado a obra-prima do escritor e um clássico da literatura brasileira.

1948

Em abril, um primeiro espasmo vascular afeta a sua motricidade. Em 5 de julho, morre durante a madrugada. Seu corpo é velado na Biblioteca Municipal.

 

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