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Possibilidades de julho
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Possibilidades de julho

No mês de férias, muita gente opta por trabalhos temporários, projetos autônomos, procurar capacitação e até empreender
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Julho é um mês de oportunidades. Colônias de férias contratam pessoas, a indústria inicia as contratações para dar conta da produção para o fim de ano e setores do turismo aumentam o efetivo na alta estação. Além disso, pessoas optam por empregos temporários, cursos de férias ou trabalhar em projetos próprios.

O professor de robótica Maurílio Bandeira, 24, foi chamado para trabalhar em um acampamento de inglês de uma escola de idiomas durante o mês de julho. Além desse trabalho, o professor também vai aproveitar o mês para dar aulas particulares e tocar projetos de robótica e mecatrônica no Porto do Pecém. "No mês de julho tenho mais alunos do que o ano todo. Porque no resto do ano, os alunos estão focados na escola, na faculdade e até no trabalho. Então é no período de férias que tem essa alta de alunos", diz Maurílio. Segundo ele, este mês, 10 alunos já estão confirmados para aulas particulares e mais cinco estão interessados. No resto do ano, o número cai para metade. "Hoje em dia a área exige muito uma pessoa autodidata, que consegue ter conteúdo, se expandir e, para isso, é necessário buscar conhecimento, projetos atualizados", acredita.

É uma via de mão dupla. O mês de julho pode ser bom para quem quer estudar e bom para quem prefere focar em trabalho, dando uma pausa nos livros. Maurílio conta que para estar pronto para este mês de alta no trabalho, a preparação é durante o resto do ano. "Em julho, fica mais difícil para mim fazer cursos. Durante todo o ano fico procurando conhecimento e me capacitar. É bem mais fácil do que no período de férias", diz.

Para a coordenadora estadual do Banco de Oportunidades do Senac/CE, Alcilane Mota, julho é sobretudo um período propício para a busca por qualificação profissional. "O mês abre várias oportunidades tanto na entrada no mercado de trabalho, como aumenta o volume de empregos temporários. É um mês para a pessoa estudar os perfis que as empresas estão buscando e se não estiverem sendo compatíveis com o seu, buscar formações", diz. Segundo ela, há aumento de até 30% na procura por cursos em julho e janeiro comparados aos outros meses. São cursos mais compactos, que incluem os sábados, com carga horária em torno de 15 a 20 horas e com foco nas áreas de administração, vendas, infraestrutura, logística, hoteleira e beleza. Este último, segundo Alcilane, muito focado no empreendedorismo.

"O Brasil é campeão em empreendedorismo por necessidade.

Perdeu o emprego, tem de se virar. Por isso, é importante aproveitar a época para fazer cursos de empreendedorismo, de gestão", afirma Jidlafe Rodrigues, gerente do Sine/IDT Centro. Segundo ele, para quem vai trabalhar em algo próprio, é importante procurar por afinidade. "A pessoa deve saber que não é que ele não vá ter um chefe. Ela vai ser o próprio chefe e os clientes vão ser o chefe. Tem de arregaçar as mangas e atender as demandas com compromisso", explica.

Segundo o analista de políticas públicas do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Alexandre Cavalcante, estudos recentes comprovam que nos últimos três anos há um crescimento significativo no número de empregadores, portanto o crescimento do número de pequenas empresas e do empreendedorismo em geral. "No Ceará, está aumentando o número de empregadores mais do que as demais categorias. Isso são pessoas que perderam o emprego e vão montar o próprio negócio, há um aumento da formalização. A crise está puxando o espírito empreendedor como uma forma de plano B", diz.

Alcilane destaca que qualquer que seja o caminho profissional optado neste mês, é importante aproveitá-lo o máximo possível. "Mesmo se a pessoa estiver de férias, é bom dedicar um pouquinho ao desenvolvimento pessoal e profissional. E embora esteja trabalhando, sempre focar em melhorar suas habilidades e nas demandas de mercado. É possível investir no lazer, no descanso, mas também nas competências profissionais", finaliza.

 

Depois de julho

 

Para se destacar!
Cerca de 20% de pessoas que entram em uma vaga temporária conseguem se efetivar após o período, segundo Jidlafe Rodrigues, gerente do Sine/IDT Centro. O gerente dá dicas para quem tem interesse em se efetivar após o período de um trabalho temporário.

1 "É importante que o candidato olhe para vaga como se fosse uma vaga permanente, não olhar como se fosse temporária, que vai só passar um tempo", sugere Jidlafe. Segundo ele, quando alguém pensa como algo que só vai passar, observa-se pouco compromisso com a vaga.

2 É importante deixar a marca naquele trabalho. "Lá na frente pode surgir uma vaga e o gerente lembra daquele sujeito e o chama", explica Jidlafe.

3 "Uma dica é manter a tranquilidade. Não ter a ansiedade de querer mostrar a capacidade a todo custo, tem de ser de forma natural, vai surgir", indica.

4 O relacionamento com os colegas é importante. "Ele vai encontrar um grupo de pessoas permanente, por isso é importante criar um network naquele período."

5 "Não ter medo de perguntar. Se tiver uma dúvida, pergunte. Mesmo que você já seja um profissional experiente, isso faz com que você cometa menos erros."


Onde há vagas 

 

Empregos temporários

 

Não há dados específicos sobre contratação de temporários, já que os dados se misturam aos efetivos. O que ocorre é que quando há um pico de contratação em algum período, supõe-se que houve admissão de temporários. "Normalmente em alta estação (dezembro, janeiro e julho), algumas empresas contratam para picos de demanda. Em especial segmentos de serviço, comércio, de entretenimento e os shoppings, que estão abrindo novas lojas", completa Alexandre Cavalcante, do Ipece. Os números de contratações dos últimos meses estão previstos para sair nas próximas semanas.

Segundo Jidlafe, a previsão é que 2 mil vagas temporárias foram preenchidas em Julho pelo Sine/IDT, o que representa aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números oficiais só serão fechados no fim deste mês e não há mais vagas temporárias a serem preenchidas.

"Os segmentos que mais empregam são hotelaria, restaurantes e eventos. De 20 a 25% das vagas temporárias passam por aqui (Sine/IDT), as outras são de empresas de RH e as próprias empresas que contratam", diz.

 

Na web

 

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