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Empregado do turismo
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Empregado do turismo

Setor responde por 6,6% dos empregos do Ceará, com aumento de vagas em épocas de alta estação - janeiro, julho e dezembro. Saiba mais sobre o trabalho em atividades turísticas
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Receber visitas requer a casa arrumada. Limpeza e organização são o mínimo para fazer o viajante nacional ou internacional permanecer o maior tempo possível e voltar. O turismo da capital cearense vive momento de boom, graças ao hub aéreo da Air France/KLM/Gol, mas trabalhar na área de serviços e de alimentação exige mais. Mais capacitação, mais dedicação e mais qualidade. Há oportunidades na área de hotelaria e de gastronomia, só resta se preparar.

Engenheira civil por formação, Liliana Diniz Rola, 47, comanda há mais de dois anos a administração dos hotéis da família, Mareiro (Beira Mar) e Gran Mareiro (Praia do Futuro). São 200 e 270 apartamentos, respectivamente, em cada uma das unidades. "Tem dois fatores que mais nos preocupam, o primeiro é manter o estabelecimento atualizado para que não envelheça. O nosso maior vilão é a maresia, então tem o setor de manutenção dentro do hotel. Depois, qualidade no atendimento. Sempre fazer treinamentos com funcionários para que a (estadia) seja satisfatória. Em sites de venda, como TripAdvisor, a média é nove comentários satisfeitos de 10", explica ela.

[SAIBAMAIS] 

Durante os meses de janeiro, julho e dezembro, períodos de alta estação, o fluxo de hóspedes aumenta e exige até contratação de mais funcionários - na recepção, os profissionais precisam ser no mínimo bilíngues. A maioria dos clientes é do País, mas a média de 25% de turistas estrangeiros já cresce, diz Liliana. "O nosso Centro de Eventos ainda ajuda muito, com eventos de grande porte, como congressos. A gente consegue lotar, isso geralmente é vendido com antecedência é dá tempo para se programar [...] O hub é fundamental para nós, porque aumenta muito o leque de opções (de transporte)".

O turismo responde por 6,6% dos empregos do Ceará, de acordo com o estudo Conta Satélite do Turismo (PIB do Turismo), divulgado pelo Ipece no fim do mês passado. A remuneração para quem tem formação especificamente nessa área varia muito, por isso especialização e domínio de línguas são tão importantes, na opinião do mestre em turismo Ewerton Reubens, 33. "A profissão ainda é pouco reconhecida no sentido valoral do trabalho, no mercado você vai ter uma força de trabalho grande, com salários baixos, geralmente um salário mínimo. Conheço gente que terminou o curso e ganha R$ 16 mil fazendo o mesmo trabalho de gente que ganha um salário mínimo. É muito abrangente, dependendo do cargo e da especialidade esse valor vai aumentar".

Ewerton diz que o mercado acaba contratando pessoas que não tem qualificação na tentativa de pagar menos, mas a formação acadêmica dá possibilidades que vão do gerenciamento de empreendimentos turísticos até hotelaria hospitalar. São profissionais capacitados a cuidar da ambientação e do atendimento clínico, por exemplo. "Nesta alta estação, a expectativa é a chegada de 440 mil turistas estrangeiros. O número de voos tem aumentado consideravelmente, a receita bruta (do turismo) pode chegar R$ 1 bilhão [...] Agora a gente tem que focar na qualidade do serviço e no atendimento, o maior desafio é a questão da segurança pública. A escola é uma oportunidade de repaginar a formação de quem já tem e dar oportunidade para quem tem interesse de se inserir nesses segmentos", avalia.

Ele fala da Escola de Gastronomia e Hotelaria Estação das Artes, lançada recentemente com a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco. Serão oferecidos cursos de gestão, serviços, hospitalidade e cozinha, com inscrições previstas para setembro. "A gente vive um momento muito feliz com a chegada de um monte de voos, hub tomando forma. Daqui a pouco a gente é o terceiro maior receptor de voos do País, fora a quantidade de voos domésticos. Essas pessoas que vão passar por aqui precisam comer e se hospedar, vai ter que ter mão de obra para dar conta. O papel dessas escolas é conseguir qualidade de serviço, mas principalmente transformar o que temos da cultura cearense em serviço, esse estrangeiro ou brasileiro quer conhecer o que é típico do Ceará, o que é bom", avalia o consultor gastronômico João Luiz.

 

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