O assunto que a loja de moda masculina Jef do shopping Del Paseo estava à venda surgiu casualmente em um almoço em que Guilherme e Hugo Quinderé discutiam com o arquiteto, que era um dos donos da Jef, o projeto da loja de decoração Inlight. Os dois que já eram clientes se tornaram proprietários no final de 2014, movidos pela paixão de Hugo por calçados. Assim, tornaram a loja multimarca de moda masculina em uma marca com calçados próprios, e expandiram para o Iguatemi, o RioMar Fortaleza e o Pátio Dom Luís.
Os irmãos, formados em Administração, tiveram as expectativas superadas com o negócio. “A gente se apaixonou pelo varejo de moda, principalmente, porque a gente percebeu que a gente conseguia transformar o homem muito rápido. O cara ia para a reunião e através do sapato se sentia mais confiante e a gente entendeu que a moda, não era só se vestir, era um mecanismo em que a pessoa pode crescer”, afirma Guilherme Quinderé, 35, gestor da área comercial.
Por coleção, são lançados cerca de 180 modelos. “O processo criativo parte do zero. A gente se baseia no cotidiano e transforma de maneira muito autoral, riscando a canetinha mesmo”, conta.
Quando surgiu a oportunidade de assumir a Jef, Guilherme e Hugo já possuíam 15 anos de experiência de mercado, mas no ramo de decoração com a loja Inlight. A rotina é puxada para dar conta, chega a 14 horas diárias de trabalho. “A gente começa o dia aqui no escritório. É onde a gente vai analisar os números, conversar sobre os resultados, vai passar feedback para as equipes, vai traçar estratégias do trimestre, do semestre, do ano. Obrigatoriamente, todo dia a gente visita alguma das lojas”, explica Guilherme.
Nas épocas mais movimentadas do ano, os irmãos atuam na linha de frente e participam das vendas também. Para Guilherme, ser um bom empreendedor é conhecer o seu negócio profundamente. “Tem que saber que vai ralar muito, tem que saber que vai acordar mais cedo, dormir mais tarde. Gosta de trabalhar sábado e domingo? Pode ser que você não dê para o negócio. Acho que é muito mais compreender que não tem tanto glamour quanto parece. Para a gente, glamour é zero. Dia de 31 de dezembro, às 18 horas, a gente estava com a equipe. Tem que estar disposto a pagar o preço”, orienta Guilherme. “O que suaviza isso tudo é o prazer”, completa Hugo.
MULTIMÍDIA
Confira o vídeo sobre a trajetória empreendedora de Hugo e Guilherme Quinderé em: https://bit.ly/2Fq8ZYK
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BATE-PRONTO: PÉS NO ALTO
COMO VOCÊS SE MANTÊM ATUALIZADOS DO MERCADO?
QUAIS OS PRÓXIMOS PASSOS QUE PRETENDEM DAR?
QUAL FOI O PONTO ALTO DA CARREIRA?
Guilherme: Para mim, o ponto mais forte foi a gente não conhecer o segmento de moda e pular nele de cabeça. Esse foi o grande ponto. Foi coragem. Hoje a gente respira até debaixo d’água. Essa história de varejo de shopping, de varejo de moda. Não foi o ápice do sucesso, mas o ápice de conseguir mudar e entender que você pode conseguir realizar outras coisas se você se colocar numa posição de querer, mergulhar, focar e vencer. Outro ponto legal é perceber como a gente consegue mudar a vida das pessoas. Pega um vendedor que entrou na loja de ônibus e agora está de moto ou carro, pega o gerente que comprou a casa.