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A preparação dos novos jobs
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A preparação dos novos jobs

De desenvolvedor de aplicativos em realidade virtual e aumentada a YouTuber, a tecnologia extingue cargos, mas cria novas profissões
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Ingrid Castro, 34, é UX (user experience) designer e trabalha na concepção de produtos digitais, no setor de desenvolvimento de softwares de uma empresa de grande porte. Faz parte do trabalho dela projetar soluções que facilitem o dia a dia dos usuários, possibilitando fácil acesso, tanto em plataformas web como mobile. É proporcionar, como ela diz, “boas experiências ao utilizar um produto ou serviço”.
 

Para quem não está habituado com o mercado de tecnologia, a atividade de Ingrid tem nome pouco comum, mas essa e novas profissões na área se expandem a cada dia com o desenvolvimento digital. Estar conectado às tendências e pensar em habilidades que possam ser aliadas da tecnologia são fundamentais para o mercado. 

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"Na área de tecnologia, além de estar a par dos novos conhecimentos técnicos, suponho que para manter nossa empregabilidade deveremos estar sempre buscando melhorar nossas habilidades em comunicação, negociação, criatividade e resolução de problemas. Precisamos também estar abertos às mudanças e aprender rapidamente o que fazer com elas. Percebermos como e quando devemos nos adaptar ou adaptá-las às nossas necessidades", diz ela.
 

Se, de um lado há cargos sendo extintos, do outro, profissões que dificilmente imaginaríamos tempos atrás se consolidam. É o caso de técnicos em manutenção de drones, youtubers, especialistas em Internet das Coisas (rede de objetos que possuem conexão e podem coletar e transmitir dados) e desenvolvedores de aplicativos em realidade virtual e aumentada.
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No mercado da computação, por exemplo, todos os profissionais do mundo precisam deter os mesmos conhecimentos e habilidades, pois as ferramentas utilizadas são as mesmas, como explica o professor doutor da área de Telemática e pesquisador do Laboratório de Inovação Tecnológica do IFCE, Elias Teodoro. O que muda é que países mais desenvolvidos são capazes de investir em equipes mais complexas. 


“Uma das coisas fundamentais é a capacidade de comunicação, falar, ler escrever. Não existe software capaz de escrever outros softwares, tem várias ferramentas que você consegue treinar e ensinar algumas coisas, classificar padrões, mas (o mercado) precisa de pessoas que consigam interpretar o usuário”, aponta Teodoro. 

 

MERCADO
 

Conhecer o futuro para crescer
 

Saber interpretar e filtrar dados, desenvolver produtos e serviços que atendam, de fato, às pessoas, a partir das necessidades da sociedade, são competências valorizadas nas carreiras da área de tecnologia. O diretor acadêmico da rede de escolas de informática Microcamp, Hélder Hidalgo, acrescenta que o principal é ficar atento ao que está acontecendo, de forma cada vez mais acelerada, no contexto mundial.
 

"O Fórum Econômico Mundial fez uma análise e soltou uma previsão que hoje 65% das crianças que estão na primeira série irão trabalhar em empregos relacionados à tecnologia que ainda não existem. Na verdade, o profissional hoje tem que estudar constantemente, porque em um espaço muito breve, vão ocorrer muitas mudanças, muitos novos aplicativos que vão gerar aí mercado de trabalho que a gente nem imagina, assim como foi o caso do Uber e de tantos outros serviços que acabam tomando lugar de outros".
Para o professor Elias Teodoro, o que o mercado precisa é de profissionais que saibam traduzir o problema dos usuários e fazer determinado produto se destacar em meio a um milhão de aplicativos e serviços. "Computação era muito cara, a gente chegou em um ponto onde todo mundo tem acesso a tudo na palma da mão, espero que a sociedade encontre o equilíbrio".  

 

INDÚSTRIA 4.0
 

A indústria 4.0 é uma tendência que se fortalece. Máquinas e pessoas estarão cada vez mais conectadas para a tomada de decisão em tempo real. “Tem se exigido profissionais que tenham condições de lidar e interagir com novas tecnologias e metodologias de gestão. Cada vez mais é evidenciada a importância de se ter habilidades e atitudes que envolvem a colaboração, o trabalho em equipe, a proatividade, o senso de inovação, o aprendizado constante, a resiliência para lidar com mudanças, o senso de responsabilidade socioambiental, a ética no trabalho e a capacidade de trabalhar com times multidisciplinares”, avalia Abraão Saraiva, diretor de extensão do Centro de Tecnologia da UFC.  

 

 

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