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Trabalho feito com açúcar
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Trabalho feito com açúcar

Manuela Weyne é cake designer e proprietária de uma loja de doces, aberta há mais de cinco anos com a mãe
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Realizar eventos especiais ou incrementar um dia qualquer com brownie, docinho, bolo e o que mais for possível com açúcar. Inventar receitas novas e decorar com massa colorida. O dia a dia de Manuela Weyne, 28, na cozinha e no escritório da loja é bem diferente de quando ela se imaginava advogada. Mesmo passando muito tempo em casa vendo a mãe fazer brownies, desde os nove anos, levou tempo para optar pela vocação na confeitaria. “Comecei a fazer faculdade, também era professora de dança, e nunca pensava em trabalhar com isso não. Fui à França para fazer um semestre de Direito e acabei fazendo vários cursos de gastronomia, expandindo para esse lado”.
 

Até hoje, o carro chefe da loja na rua Joaquim Siqueira é brownie, que ganhou combinações com docinhos - caso do “sanduíchinho”, como Manuela batizou a criação. Durante o segundo semestre na Europa, a cake designer informou à mãe a ideia de abrir loja própria, a qual substituiu os 30 pontos de revenda que Cristiana Weyne mantinha.
 

Fez cursos em escolas de referência - Le Cordon Bleu, Alain Ducasse Lênotre 

- e ponderou a melhor forma de iniciar carreira. “O doce da França, patisserie em si, não é tão doce, muitas vezes é uma base neutra folheada, misturada com um creme, mas um creme que não é muito doce. Quando eu vim para cá transformar em receita, eu pensei muito nisso, trazer as ideias, até a arquitetura da loja, mas transformando para o paladar do brasileiro”.
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Em cinco anos, o número de funcionários da Doceville pulou de cinco para 28, e foi necessário alugar a casa ao lado para transformá-la em fábrica. No andar de cima, Manuela construiu um escritório para atender clientes. Ela calcula que o investimento inicial na empresa retornou em pouco mais de um ano. “Um ano depois a gente já abriu o novo ponto, aí teve esse novo investimento. Com dois anos, essa segunda parte já estava paga”, cita.
 

Todo ano, a loja lança cinco novos sabores de ovos de Páscoa, mas o de torta brownie continua como o mais procurado, acompanhando a tradição familiar. 

 

“Quando minha mãe começou, as pessoas de Fortaleza nem conheciam o que era o brownie, é uma receita de família, de uma tia que morava nos EUA na época”, lembra Manuela. Para o negócio funcionar, ela também fez cursos de gestão, de marketing de pessoas, além dos de cake design. “Desde o começo a parte administrativa sempre foi o grande desafio, porque era algo que nem eu e nem ela (mãe) dominava. Meu pai é um administrador, então sempre aconselhou, orientou várias coisas”.
 

No início do mês, Manuela estreou o canal no Youtube “Nem tudo são doces”, em que pretende mostrar os bastidores da confeitaria e falar sobre os desafios da área.  

 

MULTIMÍDIA
 

Assista ao vídeo do Perfil Profissional de Manuela Weyne em https://bit.ly/
2Fq8ZYK

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PELO SONHO

 

O QUE ESSENCIAL PARA ATUAR NA ÁREA?
 

A dedicação àquilo ali o dia todo. Sempre que a gente vai entrevistar um funcionário perguntamos: “você ama isso, é sua paixão?”. O produto tem que ser entregue, tem que ser feito com muito carinho desde a pessoa que está fazendo a massa até quem vai assar, quem vai decorar o bolo. A gente trabalha com sonho, e poder realizar o sonho em açúcar é uma coisa muito bonita e muito gratificante. Tem que fazer com amor e tem que amar muito, porque é um ramo que exige muito.

QUAIS SUAS REFERÊNCIAS?
 

Tem muita gente muito boa nesse meio, acho que o Buddy Valastro é um nome que não se pode esquecer, porque ele tem muito mérito em ter trazido para o Brasil mais credibilidade, eu acho. Que as pessoas vejam o bolo não como um lanche, mas como uma arte, como uma realização de um sonho. Isso foi uma grande mudança nesse nosso mundo desde então. No Brasil, falaria do Leo Vilela, do Chico Zinneck, que são amigos hoje em dia e sempre serão referências.

O QUE DIRIA PARA QUEM QUER TRABALHAR NA ÁREA?
 

Eu sempre falo e uso isso pra minha vida: que a gente precisa arriscar, qualquer empreendedor tem que ter coragem de arriscar, de tentar. Algumas coisas vão dar certo e outras não, mas se você ficar parado e não tentar, nunca vai dar certo. O que tiver que dar errado vai fazer você aprender.

 

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