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Dificuldade não é transtorno
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Dificuldade não é transtorno

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As dificuldades de aprendizado, por si só, não configuram um transtorno ou uma deficiência intelectual. É preciso analisar quais aspectos da vida estão sendo prejudicados, como rotina, autonomia, desempenho e interações sociais. Nenhuma técnica poderá abranger todos os aspectos do ensino, e também nem todas as pessoas com transtornos ou com deficiências vão aprender da mesma maneira.


O Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) precisa de um tratamento clínico e pedagógico, mas não é uma deficiência, como elucida Robéria Vieira Barreto Gomes, mestre em Alfabetização dos Deficientes Visuais, doutora em Atendimento Educacional Especializado e professora do Departamento de Estudos Especializados da UFC. “A criança com TDAH, se ela fizer todo o acompanhamento clínico e pedagógico, na adolescência essa hiperatividade, esse déficit de atenção pode diminuir, mas ela precisa desse acompanhamento por conta dos sintomas de desatenção, de hiperatividade, de impulsividade”.


A deficiência intelectual significa que a pessoa tem uma limitação no processo de aprendizagem e, por isso, precisará de tecnologias assistivas, de acompanhamento pedagógico e de atendimento educacional especializado. O autismo, por exemplo, é um transtorno do espectro autista, mas não é uma deficiência, como indica a professora Robéria. “A deficiência, a gente costuma dizer que é uma identidade da pessoa. A pessoa com deficiência intelectual sempre vai ter essa limitação, sempre vai precisar de um atendimento especializado. Com um atendimento, ele vai avançar cada vez mais”.

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Segundo Ticiana Santiago, doutora em educação e professora substituta do curso de pedagogia da UFC, o critério para distinguir TDAH de dificuldade de aprendizado é o impacto na vida. “Quando a pessoa não consegue lidar com as dificuldades com autonomia, sempre vale um acompanhamento, uma investigação no histórico familiar”, avalia.

Amanda Araújo


DINÂMICAS

No método Supera não há limite de idade. A metodologia da rede Supera combina dinâmicas em grupo, exercícios e jogos em plataforma online para estimular o raciocínio. No Kumon, também não há limitação de idade, pois os alunos recebem orientação individualizada. O material didático do Kumon tem conteúdos pré-escolares até de nível universitário. Já o Supera, diferente de qualquer reforço, não tem matérias curriculares.


EXPLICAÇÃO E REPETIÇÃO

São esses os elementos que a estudante de Medicina, Mei Li Teixeira, 18, pontua como essenciais para o aprendizado duradouro: explicação e repetição. Aos 11 anos, ela começou o curso de matemática, no Kumon mesmo sem ter dificuldades na matéria. “Tem que ter muita disciplina e muita responsabilidade para você conseguir estudar se organizar. Minha mãe até brincava, o ano tem 365 dias, você vai ter 365 Kumons”, lembra. Atualmente, ela mora em São Paulo, porque passou na Unicamp (Universidade de Campinas). “A matemática, como toda matéria, exige a base. É muito comum já na faculdade (alguém) ter o resultado errado por conta besta. (Com quem treinou) é difícil de acontecer, porque a gente começou com métodos, até hoje faço contas bem rápido”, completa.

 

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