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Seu lazer é trabalho deles
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Seu lazer é trabalho deles

Eles têm profissões que são atividades de lazer e diversão de milhares de pessoas. Conheça a história de quem trabalha com o que lhe diverte
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Um game para desopilar e um esporte para cuidar do bem-estar mental e físico. Ou até experimentar uma bebida e assistir a um filme e a uma série. Algumas atividades que a maioria das pessoas faz no dia a dia apenas por hobby é questão corporativa de quem trabalha com isso. Apesar da aparente “facilidade”, ganhar dinheiro com a diversão dos outros não é tarefa fácil. Quem percorre esse caminho busca especialização e sabe conciliar o prazer 

pessoal com a dedicação que a profissão exige.
[SAIBAMAIS] 

Aos 13 anos, o surfista e professor Wilton Silva já sabia que queria ganhar a vida nas ondas do mar da praia da leste oeste. Filho do Pirambu, o Itim, hoje com 32 anos, coleciona títulos e ensina aos outros tudo o que aprendeu quando menino. “A escolinha era terça e quinta, mas eu ia todos os dias, pedia a prancha dos amigos, ficava perturbando (para emprestarem) porque era muito cara”, narra.


Os alunos de Itim hoje são pessoas que tem o surfe como pura diversão e relaxamento, além dos jovens que buscam ser um campeão como ele. “Minha mãe não apoiava, achava que não ia dar certo esse lance de surfar, mesmo assim eu insisti. Comecei a ganhar dinheiro e acessórios nas competições e começou a entrar grana dentro de casa”.
 

Também na adolescência, o cearense Victor Rangel Oliveira Lima, 19, começou a fazer o que viria a se transformar em carreira. Conhecido na área do e-Sport como Victor “Cabu” Oliveira, ele é profissional de League of Legends, jogo online de computador desenvolvido pela Riot Games. Hoje, mora em São Paulo no centro de treinamentos da equipe Red Canids Corinthians, que custeia moradia e alimentação, além do salário mensal.
 

Para Victor “Cabu”, trabalhar com o que o restante das pessoas faz por lazer é um “sonho realizado”. “Tem uma carga horária bem alta, mas se você fizer bem e se dedicar, no final (isso) vai te recompensar com o ganho de campeonato”, indica. Os jogadores têm duas baterias de treino por dia e recebem acompanhamento psicológico.
 

A linha entre a diversão e o trabalho é tênue para esses profissionais, como aponta a gestora de carreiras Maura Xerfan, porque eles estão em um ambiente muito mais despojado, “sem deixar cair a produtividade”. “Assim, para não errar nos limites: do lado das empresas o segredo está no processo seletivo, buscando pessoas com maturidade e comprometimento. Do lado do trabalhador é um comportamento equilibrado e responsável”, frisa ela. 

 

EMPOLGADOS
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A profissionalização repercute na maneira como as pessoas passam a lidar com aquilo que era somente hobby. Mesmo quando está de folga, Victor “Cabu” gosta de jogar League of Legends, calculando que outros players estarão fazendo isso e podem superá-lo. Carolina F. mudou a forma como assiste a alguma série ou a um filme. “Legendar me deixou muito mais crítica com as legendas do que quer que eu esteja assistindo, tanto que às vezes me pego prestando mais atenção se as legendas estão bem traduzidas e seguindo os padrões da empresa do que na série em si”, conta. 

BATE-PRONTO

Maura Xerfan, gestora de carreiras e consultora de Marketing Digital  

COMO TRANSFORMAR A SUA DIVERSÃO EM UMA FONTE RENDA? 

Primeiro é preciso analisar a viabilidade do negócio e se existem pessoas interessadas nesse produto ou serviço. Faça um planejamento, adote um modelo de negócios (pode ser um Canvas Business Model, por exemplo, que faz um checklist interessante) e veja no que sua diversão pode contribuir, fazer a diferença para alguém ou para a sociedade. Ache sua proposta de valor, seu diferencial e então desenvolva um modelo de negócios.

 

O QUE AVALIAR PARA TRANSFORMAR O LAZER EM PROFISSÃO? 

Fazer profissionalmente aquilo que se gosta ou que se praticava como hobby é um excelente começo para empreender, mas é preciso que analise suas habilidades e motivações, a utilidade para as pessoas e a viabilidade financeira. 

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