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A vez da diversidade

Novo tipo de recrutamento às cegas pretende evitar contratações baseadas em idade, gênero ou raça
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Idade, gênero, estado civil e raça. Nenhuma destas informações influenciam na escolha de quem vai preencher uma vaga. Isto é o que promete o recrutamento às cegas, modelo na qual os recrutadores não têm conhecimento prévio dos dados de identidade dos candidatos. A análise se baseia apenas nas competências técnicas de quem disputa a vaga.


“Além de eliminar os preconceitos, com este tipo de recrutamento, a empresa consegue um time de maior qualidade porque o foco é o trabalho, quais são as atividades que o profissional fez e as suas competências”, destaca Luciana Walraven, diretora da Teplacon RH.


A desinformação das características pelos recrutadores vão desde a análise do currículo até a etapa de testes e provas a que os candidatos são submetidos. O contato visual com os candidatos só ocorre na entrevista presencial, última etapa.

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Segundo ela, o processo vem sendo adotado principalmente por grandes organizações. “Estas empresas são mais abertas, buscam pela qualidade e o melhor profissional, mas é uma tendência que o recrutamento às cegas entre no mercado”, diz. A diretora cita países como a França e os Estados Unidos onde este modelo de recrutamento vem ganhando espaço nos recursos humanos das empresas.


Uma das empresas no Brasil que adotam o sistema é a operadora de cartão de crédito Nubank. Segundo Silvia Kihara, líder de recrutamento da empresa, o recrutamento às cegas é usado desde 2016, principalmente para a contratação de engenheiros de software e de soluções móveis. Cerca de 10% de todos os funcionários contratados passou por esse processo e a empresa tem previsão de expandir a modalidade de recrutamento para outras áreas ainda este ano.


“Queremos times diversos e há vários processos para alcançar esse objetivo. De forma cega, conseguimos eliminar qualquer viés inconsciente que possa existir em todos os tipos de contratação e garantir que temos os melhores profissionais para cada vaga, independentemente de raça, gênero ou orientação sexual”, diz Silvia.


De acordo com o site da empresa, o Nubank conta com 480 funcionários de 25 nacionalidades diferentes, entre indianos, canadenses, australianos e brasileiros. Desse time, 34% dos funcionários fazem parte da comunidade LGBTQ e 40% são mulheres ocupando todas as funções e níveis de senioridade. 

 

Passo a passo do recrutamento às cegas


1 Ao informar a vaga, a empresa pede que mandem os currículos. É pedido que no currículo não sejam identificados de nenhuma forma o sexo, idade, endereço e outros dados pessoais dos candidatos. É pedido que sejam colocadas só as inicias do nome e que seja criado um e-mail novo caso o usual identifique o nome do candidato ou candidata.

 

2 Após análise das experiências e habilidades profissionais, o candidato passa pela etapa de avaliação técnica que consiste em testes e provas. Também é pedido que a identificação do candidato ou candidata seja feita por meio de algum código.

 


3 A última etapa é a entrevista presencial. Os candidatos são chamados para discutir suas capacidades, disponibilidade etc. Nesta etapa, o número de candidatos já vai estar bem reduzido e as questões pessoais continuam não sendo levadas em conta. Esta é a última peneira para a contratação.

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