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Oposição ganha tempo para votação em segundo turno
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Oposição ganha tempo para votação em segundo turno

Previdência. Câmara
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Deputado federal pelo PT, José Guimarães avalia que o adiamento da votação da reforma da Previdência em segundo turno foi uma derrota para o Governo. A previsão inicial do Planalto e de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, era de liquidar o processo de votação nesta semana. Entretanto, dificuldades em negociações com legendas do centrão e obstruções apresentadas pela oposição atrasaram o andamento da medida na Casa.

Segundo o parlamentar do PT, com o recesso parlamentar que começa a partir da semana que vem, os deputados voltam para suas bases, onde devem ser pressionados por eleitores insatisfeitos com os resultados da aprovação da reforma.

"Acho que pode haver mudança profunda no segundo semestre, quando formos votar de novo", disse o petista, referindo-se à data agendada para a conclusão da votação da proposta, em 6 de agosto. Para Guimarães, "Bolsonaro sai derrotado da tramitação, e quem ganhou foi o Maia".

Líder do PDT na Câmara, André Figueiredo também projeta cenário diferente na retomada dos trabalhos na Câmara. "Temos expectativa grande em relação a isso", declarou o pedetista. "Vamos trabalhar nessas duas semanas. Temos um segundo turno no qual esperamos rejeitar o projeto."

Figueiredo reconhece, porém, que houve ganhos que amenizam a derrota da oposição em plenário. "Depois da aprovação do texto principal, que é ruim para a base, definimos uma estratégia de redução de danos", esclareceu. "Definimos destaques de redução de tempo de contribuição, por exemplo, que ficou em 15 anos, e também aprovamos o destaque dos professores."

Presidente do PSL no Ceará e deputado federal, Heitor Freire avalia que a aprovação da Previdência com placar folgado "representa uma grande vitória para o Brasil" e o presidente Bolsonaro. De acordo com ele, a proposta é um avanço em "mais uma etapa rumo à retomada do crescimento do País".

Freire destaca ainda que "metade da bancada cearense votou a favor da Nova Previdência, o que mostra a grande preocupação dos parlamentares do meu Estado com a aprovação dessa matéria".

Depois de aprovada em segundo turno, a PEC que reestrutura o regime de aposentadorias, fixando idade mínima de 65 anos para homens e de 62 para mulheres e regras de transição, segue para o Senado.

Na Casa, precisa de 49 votos dos 81 possíveis. O relator da proposta deve ser o senador Tasso Jereissati (PSDB), que já sinalizou que apresentará medida para reincluir estados e municípios da reforma. (Henrique Araújo)

 

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