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Intercept publica 1º áudio de diálogo entre Dallagnol e outros procuradores
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Intercept publica 1º áudio de diálogo entre Dallagnol e outros procuradores

| VAZAMENTOS | Em primeiro conteúdo sonoro revelado, Dallagnol supostamente comenta com demais procuradores decisão do STF de não permitir entrevista de Lula na prisão
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Exatamente um mês após o início dos vazamentos de supostos diálogos envolvendo o ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba e procuradores da Lava Jato, o site The Intercept Brasil divulgou, nesta terça-feira, 9, o primeiro áudio que consta em tais conversas. Nele, estaria a voz do coordenador da força-tarefa no Paraná, Deltan Dallagnol.

O contexto era a então iminente possibilidade de o ex-presidente Lula (PT) conceder entrevista para a jornalista Mônica Bérgamo, da Folha de S. Paulo. Segundo a publicação do Intercept, Dallagnol repercute no grupo formado por membros da força-tarefa o embate jurídico no Supremo Tribunal Federal (STF), com desfecho favorável à operação.

Dia 28 de setembro de 2018 — nove dias antes do primeiro turno das eleições — o ministro Ricardo Lewandowski concedeu liminar permitindo que Lula fosse entrevistado pela Folha de S. Paulo. O ministro Luiz Fux, então, derrubou a decisão do colega de Corte.

 Conforme o Intercept, Dallagnol postou no grupo após a decisão de Fux: "URGENTE E SEGREDO". "Sobre a entrevista. Quem quer saber ouve o áudio", escreveu Dallagnol.

No arquivo sonoro, Dallagnol complementa: "Caros, o Fux deu uma liminar suspendendo a decisão do Lewandowski que autorizava a entrevista dizendo que vai ter que esperar a decisão do plenário."

E emendou: "O pessoal pediu para a gente não comentar publicamente e deixar que a notícia surja por outros canais pra evitar precipitar recurso de quem tem uma posição contrária a nossa. Mas a notícia é boa para terminar bem a semana depois de tantas coisas ruins e terminar bem o final de semana. Abraços, falou!".

No mesmo dia em que foi revelado o primeiro áudio relacionado aos vazamentos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, encaminhou ofício ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, em resposta a questionamentos sobre supostas investigações de movimentações financeiras do jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do Intercept. O ofício foi protocolado pouco antes de vencer o prazo de 24 horas para que Guedes apresentasse explicações.

No ofício, Guedes afirmou que "não tem conhecimento sobre 'os fatos noticiados nos autos'" e que "não tomou parte de nenhuma questão relacionada aos fatos e situações ali descritos, não havendo, por conseguinte, orientado ou determinado nenhuma providência por parte do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em eventuais investigações levadas a efeito".

Em resposta a um pedido de informações, o Coaf alegou sigilo e não esclareceu ao TCU se está realizando algum tipo de análise sobre movimentações financeiras de Greenwald.

Os pedidos de explicação foram motivados pela suspeita de que a Polícia Federal, vinculada ao Ministério da Justiça do qual Sergio Moro é o titular, tenha solicitado ao Coaf, ligado à Economia, que investigasse possíveis movimentações financeiras atípicas de Greenwald.

De saída

A jornalista Giselly Siqueira pediu demissão do cargo de assessora especial de comunicação do Ministério da Justiça. Antes de trabalhar com Moro, ela foi assessora em vários órgãos públicos, como o CNJ da gestão dos ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski e o TSE, quando Gilmar Mendes presidia a Corte

 

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