As projeções de aprovação da reforma no plenário mencionadas por representantes do PSL e Novo não se verificam entre os que fazem oposição ao governo. O deputado federal José Guimarães (PT-CE) duvida que a proposta encontre apoio suficiente entre os parlamentares. Ele avalia que o voto positivo pode ser comparado a uma "guilhotina" para a imagem pública dos colegas de Câmara.
"Vai ser como na votação da reforma trabalhista, que ainda era muito menos grave" compara o petista, ao lembrar que muitos dos deputados que foram favoráveis ao projeto não conseguiram se reeleger. O parlamentar projeta mobilizações e um extenso trabalho para que a votação não se concretize nos moldes do que espera o governo. "Vamos iniciar a segunda etapa de uma jornada que não terminará neste semestre".
Outro deputado que projeta baixa adesão ao texto é o líder da oposição Alessandro Molon (PSB-RJ). Ele lembra a substituição de membros da comissão especial pelo governo para alcançar a aprovação. "No plenário não é possível trocar membros".
Defensor de uma reforma alternativa, André Figueiredo (PDT-CE) prevê que uma possível apatia social pode favorecer os planos do governo de aprovação da matéria.
O líder do PDT na Câmara avalia que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pautará o projeto caso tenha uma média de 340 votos confirmados, mas lembra que tudo pode mudar. "Parlamentares que não tenham posicionamento político mais enraizado são muito suscetíveis a pressões", destaca.