Foi alvo de observação a atuação do titular da Secretaria de Governo (Segov) da Prefeitura de Fortaleza, Samuel Dias, na última segunda-feira, 1º, quando comandou apresentação de pacote de obras na ordem de R$ 1,5 bilhão, a serem executadas na Capital já em 2019, com prosseguimento em 2020.
Ele recebeu elogios e créditos pela vinda do recurso, pleiteado desde o primeiro mandato de Roberto Cláudio (PDT). O líder do grupo político que gere o Estado e a Capital, Ciro Gomes (PDT), afirmou que o secretário "é um quadro" e acrescentou: "estamos trabalhando permanentemente para treinar uma nova geração". Ele ainda citou presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Sarto (PDT).
Vereadores presentes avaliaram a dimensão política do que se passou no Teatro São José, local da apresentação do pacote. Líder do governo na Câmara Municipal, Ésio Feitosa (PDT) avaliou que Dias é um "nome valioso", mas ponderou que as chances de continuidade no comando do Paço Municipal se darão pela dedicação à Cidade, não pelo adiantamento de postulantes.
"O fato de o Samuel ter apresentado todo aquele conjunto foi muito mais questão administrativa do que sinalização politica", sustenta.
Feitosa define o secretário como um perfil discreto, além de objetivo na resolução de problemas ou demandas. Acrescentou ainda o que considera outra qualidade: "O Samuel, desde que ocupou a (Secretaria da) Infraestrutura, teve característica muito de colocar o pé na lama, ir na periferia. Ele mantém mesma característica na Segov."
Para Carlos Mesquita (Pros), o anúncio do pacote foi uma forma de o prefeito dizer que está forte e "no jogo" para fazer sucessor. "Ele (Dias) é um nome que o prefeito está colocando para apreciação interna, pelo menos".
Adail Júnior (PDT), por sua vez, avalia o secretário como profundo conhecedor da gestão municipal. Por isso, diz que o protagonismo dele no lançamento do pacote foi natural, sem desdobramentos políticos imediatos. Por outro lado, também diz: "se você me perguntar 'ele é um bom nome?' É. 'Sarto é?' É."
Samuel Dias prefere se distanciar do tema. Ao programa O POVO no Rádio, disse ontem que o assunto não é cabível, porque atrapalha a agenda administrativa. Assegura que não está nada nos planos.