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Denúncias de cunho financeiro e político contra Heitor Freire aprofundam crise
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Denúncias de cunho financeiro e político contra Heitor Freire aprofundam crise

| PSL-CE | Delegado Cavalcante e André Fernandes apertam críticas a Heitor Freire e intensificam racha na legenda
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DEPUTADOS estaduais do PSL no Ceará convocaram coletiva de imprensa para apresentar denúncias contra Heitor Freire (Foto: Mauri Melo)
Foto: Mauri Melo DEPUTADOS estaduais do PSL no Ceará convocaram coletiva de imprensa para apresentar denúncias contra Heitor Freire

Os deputados estaduais Delegado Cavalcante e André Fernandes, ambos do PSL, justificaram os motivos que os levaram a pedir a saída do deputado federal Heitor Freire da presidência estadual da agremiação. Segundo eles, houve orientação da cúpula nacional da legenda. Na manhã de ontem, em coletiva de imprensa, dispararam uma saraivada de críticas de aspectos econômicos e políticos à condução de Heitor Freire no partido.

Os deputados repercutiram denúncias apresentadas por O POVO nas duas últimas edições, como o uso de repasses da cota parlamentar para aluguel de imóvel particular — no qual funcionou a Lumens Light, empresa da família do deputado — ou a agressão física de um dos seguranças de Heitor a uma liderança conservadora, no aeroporto de Fortaleza.

Cavalcante e Fernandes estiveram ladeados pelo ex-candidato ao Senado, Márcio Pinheiro, pelo inspetor aposentado Alberto Júnior, pelo suplente de deputado federal Coronel Bezerra, além de Perpétua Aguiar Germano, líder de movimento pró-Bolsonaro.

Fernandes aponta que desde o ano passado, no curso da campanha eleitoral, reclamações que não surtiram efeito têm sido feitas contra Heitor Freire. Por isso, relata, a cúpula nacional pediu que se interviesse na gestão. O deputado estadual relembra que votou em Freire, fez campanha para o então candidato. "Mas com o passar do tempo a gente vai se decepcionando com muitas coisas que acontecem", explica.

Para Fernandes, a melhor solução a ser tomada é a saída do ex-amigo da presidência estadual do partido. Se isso não ocorrer, ele elenca, irão se intensificar os desgastes, a divisão e os questionamentos sobre a integridade da legenda a nível estadual.

"Estão chegando mais coisas, denúncias gravíssimas, condomínio que ele foi síndico... Nenhum (dos que denunciam) tem pretensão de ser presidente do partido. Eu não faço nem empenho. Pegar um partido do jeito que está pra começar tudo de novo? Porque o PSL está acabado, nosso partido faliu", adicionou Cavalcante.

Conforme narra as páginas do pedido de saída, a suspensão da verba partidária por seis meses acentuou o cenário negativo das contas do partido. Embora a Justiça Eleitoral tenha condenado o exercício financeiro de 2014, quando a legenda não era comandada por Freire, os parlamentares alegam omissão do atual comando, já que não se buscou contato com a antiga direção em busca de explicações ou documentos para adicionar ao processo.

"A imagem do partido também não tem sido preservada pela comissão provisória estadual pois, sobre o assunto, o secretário-geral da estadual declara que o partido 'não tem nada' de Ceará", descrevem os assinantes do texto, usando matéria publicada por O POVO de 29/5/2019.

Outra queixa dos pesselistas foi sobre a composição da executiva estadual, grupo que não abriga nomes da "linha de frente" do partido, segundo Cavalcante. Em vez disso, consta na relação o irmão do deputado, Leonardo Freire, o motorista e segurança do político, Cristiano Azevedo Costa. Ambos como vogais. Há ainda, na primeira tesouraria, José Alcy Alves. Os três não são filiados ao partido.

Suplente de Freire, Coronel Bezerra desabafa que o partido é usado como "propriedade privada" do atual presidente. "Onde coloca, sem satisfação nenhuma, os seus prepostos, familiares e amigos, como um verdadeiro Clube do Bolinha para atender seus interesses pessoais", disparou.

MUNICIPAL

Na executiva municipal da legenda, ocupa a vice-presidência Gislani Maria Fontenele Maia. Ela é investigada por ter atuado como candidata "laranja" na última eleição. Mesmo sem expressão política, ela recebeu R$ 150 mil do Fundo Eleitoral do PSL e obteve 3.501 votos.

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