Logo O POVO+
Bolsonaro demite Santos Cruz e escolhe general da ativa
Politica

Bolsonaro demite Santos Cruz e escolhe general da ativa

| Secretaria de Governo | Queda de Santos Cruz fortalece ala olavista do governo Bolsonaro. General Luiz Eduardo Ramos assume a pasta
Edição Impressa
Tipo Notícia
General Santos Cruz foi o primeiro ministro militar a cair no governo Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil General Santos Cruz foi o primeiro ministro militar a cair no governo Bolsonaro

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, foi demitido ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Alvo de ataques do escritor Olavo de Carvalho e do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), ele integrava o núcleo duro do Planalto e é o primeiro ministro militar a cair. Santos Cruz será substituído pelo general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste.

A saída de Santos Cruz representa vitória da ala olavista do governo, dos filhos de Bolsonaro e do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fábio Wajngarten. O general comandava a liberação de recursos da Secom.

Sua posição considerada "linha dura" com a distribuição da verba incomodava tanto os políticos como a equipe econômica. A última briga que ganhou os holofotes ocorreu no mês passado, quando Santos Cruz vetou parte do orçamento apresentado para a campanha publicitária da reforma da Previdência.

Apesar das divergências, a demissão de um dos generais mais próximos de Bolsonaro surpreendeu até o vice-presidente, general Hamilton Mourão. Santos Cruz foi comunicado de sua demissão em almoço no Planalto com o presidente, por volta de 12h20min. O diálogo ocorreu pouco antes de Bolsonaro viajar para Belém (PA).

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno Ribeiro, e o titular da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, estavam presentes à reunião.

 Santos Cruz parecia incrédulo e disse que, embora não concordasse, respeitava a decisão. Duas horas antes de ser demitido, ele participou de uma audiência na Comissão de Transparência do Senado e defendeu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Ex-juiz da Lava Jato, Moro está sob pressão por causa do episódio envolvendo suposta troca de mensagens com o procurador Deltan Dalagnol, da força-tarefa da Lava Jato.

Questionado se haveria risco de Moro sair, o general afirmou que o colega estava "muito acima desse absurdo criminoso", em referência ao que chamou de "invasão da privacidade" de seu telefone.

Amigo de longa data de Bolsonaro, Santos Cruz integrou sua equipe de pentatlo militar, nos anos 1980, e exerceu papel de comandante das tropas de paz da ONU no Congo e no Haiti.

Em carta divulgada à imprensa após a demissão, Santos Cruz expressou sua "admiração e agradecimento" aos servidores de sua antiga pasta, aos presidentes da Câmara e do Senado e, por fim, a Bolsonaro. Ao citar o presidente, foi breve: "ao Presidente Bolsonaro e seus familiares, desejo saúde, felicidade e sucesso". (Agência Estado)

 

Live

Em transmissão ao vivo no Facebook ontem, Bolsonaro não comentou a demissão de Santos Cruz. O presidente Bolsonaro participou da 'live' ao lado do deputado federal Marco Feliciano (Pode-SP), crítico do agora ex-ministro.

O que você achou desse conteúdo?