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Moro será ouvido na CCJ do Senado na próxima quarta-feira
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Moro será ouvido na CCJ do Senado na próxima quarta-feira

| Vazamentos | Ministro da Justiça se antecipou e decidiu falar com senadores sobre denúncias de interferência na Operação Lava Jato
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 (Foto: EVARISTO SA / AFP)
Foto: EVARISTO SA / AFP

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro irá à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na próxima quarta-feira, 19, a partir das 9 horas. No colegiado, o ex-juiz falará sobre as denúncias de que teria orientado a atuação da Operação Lava Jato em conversas com o procurador da República Deltan Dallagnol.

O anúncio de que Moro iria à CCJ foi feito pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Nas redes sociais, o senador afirmou ter sido procurado pelo líder do governo Bolsonaro na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que disse que Moro estaria disposto a esclarecer dúvidas dos parlamentares sobre o episódio dos vazamentos de dados.

Diálogos entre Moro e o coordenador da força-tarefa no Ministério Público Federal (MPF) no Paraná foram revelados pelo site "The Intercept Brasil" no último domingo, 9. De acordo com as conversas, o então titular da 13ª Vara Federal de Curitiba teria atuado para interferir no andamento das investigações, participando da tomada de decisões ao lado do MP, cujo papel é acusatório.

O ministro da Justiça nega as acusações apresentadas pelo Intercept. Para Moro, nada nos diálogos com Deltan sugere que ele praticou ilegalidades. O procurador também rejeitou hipótese de que tenha feito acertos prévios com Moro durante as fases da Lava Jato.

Nessa terça-feira, o ex-juiz encontrou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pela primeira vez desde que as mensagens foram divulgadas. Em reunião no Planalto, eles trataram da invasão dos telefones.

Em nota divulgada no começo da tarde, logo após a conversa, Moro disse que a Polícia Federal abriu investigação para apurar a captura de dados contidos nos aparelhos celulares do ministro e de membros da força-tarefa de Curitiba. O ex-magistrado também "rechaçou a divulgação de possíveis conversas privadas obtidas por meio ilegal".

Moro chegou a fazer uma visita surpresa ao Senado ontem, mas deixou o Parlamento. Também ontem, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) arquivou pedido de investigação contra o ministro. O ato foi assinado pelo corregedor do órgão, Humberto Martins.

Um dia antes, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) recomendou o afastamento de Moro do Ministério da Justiça e de Dallagnol do MPF até que as investigações sobre o caso da troca de mensagens seja esclarecido.

Nada indica, porém, que Bolsonaro fará isso. Sem falar no assunto, o presidente condecorou o ministro nessa terça com a medalha da Ordem do Mérito Naval. Questionado diretamente sobre o assunto em coletiva de imprensa, o presidente encerrou a entrevista.

Até agora, a única manifestação do pesselista a respeito das acusações contra Moro foi feita via porta-voz, que reproduziu fala do presidente: "Nós confiamos irrestritamente no ministro Moro".

BASE

A ida do ministro Sergio Moro à sessão na CCJ foi articulada por parlamentares da base de Jair Bolsonaro no Congresso

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