Cientista político e professor da Universidade de Mackenzie (São Paulo), Rodrigo Prando avalia que o decreto nº 9.785, assinado no último dia 7 por Bolsonaro, dará prejuízos políticos ao capitão reformado.
Prando entende que a união dos 14 governadores enfraquece o Governo, já que eles poderiam estar ocupados em influenciar as respectivas bancadas pela aprovação da reforma da Previdência.
Camilo Santana, embora petista, já se mostrou simpático à reforma da Previdência, desde que não fira direitos de parcela da população financeiramente desfavorecida.
Segundo Prando, pelos elementos políticos e jurídicos observados, a tendência é de que o decreto caia. Se for derrubado, projeta, o Governo já tem reação preparada. "Vai reforçar o discurso de que ele tentou, mas a 'velha política' não permitiu que ele fizesse isso".
Na esteira do caso das armas, Prando rememora texto compartilhado por Bolsonaro, que fala em País ingovernável e joga culpa sobre o parlamento federal. Ressalta que Câmara e Senado não foram convencidas pelo Planalto mesmo tendo maioria conservadora.
Ainda segundo o estudioso, se o presidente enveredar pelos apelos que virão das ruas no próximo domingo, a exemplo do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, verá seu mandato em apuros. "O que a gente pode analisar são declarações que cambaleiam ente a infelicidade e o viés populista e autocrático." (Carlos Holanda/O POVO)