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Bolsonaro compartilha vídeo em que pastor diz que ele foi 'escolhido por Deus'
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Bolsonaro compartilha vídeo em que pastor diz que ele foi 'escolhido por Deus'

| críticas | Jair Bolsonaro voltou a criticar as manifestações dos estudantes afirmando que é uma minoria que manda na escola
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JAIR BOLSONARO (Foto:  Mauro Pimentel / AFP)
Foto: Mauro Pimentel / AFP JAIR BOLSONARO

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) publicou um vídeo na sua conta no Facebook em que um pastor estrangeiro afirma que ele foi "escolhido por Deus" para comandar o País. Ao compartilhar o vídeo, Bolsonaro escreveu que "não existe teoria da conspiração, existe uma mudança de paradigma na política" e que "quem deve ditar os rumos do país é o povo! Assim são as democracias".

No vídeo compartilhado pelo presidente, o pastor Steve Kunda, nascido no Congo e fundador de uma igreja evangélica em Orleans, na França, defende o presidente como um político "estabelecido por Deus" para guiar o País. Em francês, Kunda cobra apoio a Bolsonaro e pede que não se façam críticas nem oposição ao presidente. Na semana passada, milhares de pessoas protestaram contra o contingenciamento na verba do Ministério da Educação em mais de 200 cidades.

O vídeo, compartilhado ontem por Bolsonaro, foi gravado há mais de um mês e divulgado no dia 10 de abril no site da Rede Super. "Vamos falar que é tempo novo. Não faço política, sou pastor. Mas creio que tenhamos que fazer uma influência na política. A igreja não é só orar manhã, noite e tarde. A igreja é influenciar a sociedade no campo positivo e não só negativo. Na história da bíblia, houve políticos que foram estabelecidos por Deus. Um exemplo quando falam do imperador da pérsia Ciro. Antes do seu nascimento, Deus fala através de Isaías: 'Eu escolho meu sérvio Ciro'. E senhor Jair Bolsonaro é o Ciro do Brasil. Você querendo ou não", diz Kunda.

O programa em que o pastor é entrevistado é apresentado pelo pastor Cássio Miranda na Rede Super, emissora de televisão com sede em Belo Horizonte que pertence à Igreja Batista da Lagoinha. A rede é comandada pelo ex-deputado estadual Dalmir de Jesus e outros quatro deputados, além da empresária Liliane Hermeto.

Na entrevista, o pastor diz que foi aconselhado por seus pares a não fazer comentários políticos, pois poderia criar divisões. Ainda assim, ele optou por se posicionar em defesa de Bolsonaro, que tem sido "muito oprimido", mas pode "influenciar outras nações".

"Ele tem uma visão nacional para emancipação do País, para emancipação da nação. Sustentem esse homem, apoiem-no. Deus falou que os dois primeiros anos dele não vão ser fáceis. Mas a mão de Deus está com ele porque vai cortar muitos obstáculos, muitas opressões. Mas foi Deus quem o escolheu", acrescenta o pastor.

O vídeo é a segunda publicação feita por Bolsonaro nesta semana em redes sociais direcionada a seus apoiadores - desta vez, os evangélicos. Na sexta-feira, o Estado revelou que Bolsonaro compartilhou, na rede social Whatsapp, um texto em que o autor diz que o presidente é vítima de um sistema corrompido e "que o Brasil, fora desses conchavos, é ingovernável". A mensagem foi interpretada no Congresso como mais um ataque do presidente ao que ele chama de "velha política".

Escrito pelo analista da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Paulo Portinho, o texto diz que o presidente sofre pressões de todas as corporações, em todos os Poderes, e que o País "está disfuncional", mas não por culpa de Bolsonaro. "Até agora (o presidente) não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou.

A avaliação de auxiliares do presidente é a de que, ao convocar a sociedade para uma solução, Bolsonaro tenta manter ativas suas redes de apoio, após manifestações contrárias ao governo tomarem as ruas do País. Como resposta, aliados de Bolsonaro planejam uma marcha em apoio a ele no próximo domingo (26). (Agência Estado)

 

Presidente reafirma crítica a manifestantes

O presidente Jair Bolsonaro defendeu a aprovação integral da medida provisória que reestrutura a administração pública e voltou a falar que os manifestantes que foram às ruas na quarta-feira passada são "idiotas uteis". Se a medida provisória que trata da reforma administrativa não for aprovada até 3 de junho pelo Congresso, perderá a validade. Nesse cenário, o governo poderá ter de recriar até dez ministérios. Editada em janeiro por Bolsonaro, a MP 870 diminuiu o número de pastas de 29 para 22. Questionado, Bolsonaro disse estar confiante de sua aprovação.

"Para que aumentar os ministérios? Tem 22, eu queria que tivesse menos", afirmou o presidente. "Espero que aprovem as medidas provisórias do jeito que eu mandei para lá. O Congresso é soberano para decidir, mudar, rejeitar. A bola está com eles, e isso é bom porque se tudo que eu fizer tiver que ser acolhido, não é bom. O Congresso tem que dar o polimento, melhorar. Mas o foco é Brasil, juntos."

Sobre as manifestações contra o contingenciamento do orçamento do Ministério da Educação, que reuniu milhares de pessoas em mais de 200 cidades, o presidente voltou a chamar os manifestantes de "idiotas úteis". Ao comentar o assunto, acabou utilizando a palavra "corte", em vez de contingenciamento. "E esse movimento do pessoal que eu cortei a verba. O que vocês acharam? É uma minoria que manda na escola. Pessoal faz aí porque alguns (professores) (estavam) oferecendo pontos, facilidades. E o pessoal (os alunos) nem sabe o que foi fazer nas ruas", afirmou o presidente. "São idiotas úteis. É verdade." (AE)

Críticas

Bolsonaro voltou a criticar a imprensa e disse ser "mentira" que tenha anistiado os partidos políticos. Na sexta-feira, o presidente assinou a sanção do projeto de lei que anistia multas aplicadas a partidos.

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