Parlamentares cearenses criticaram a utilização dos bloqueios orçamentários nas universidades e institutos federais como moeda de troca para a aprovação da Reforma da Previdência. "O ministro da Educação foi muito claro: disse que só vai rever qualquer coisa depois da aprovação da reforma", ressalta André Figueiredo (PDT).
O deputado se refere a fala do ministro Abraham Weintraub, na semana passada. O titular do MEC explicou que "se a gente conseguir passar a Previdência e voltar a arrecadação, volta o orçamento". Para Figueiredo, isto é "uma chantagem descabida".
José Guimarães (PT) concorda. "A educação não pode se submeter a esse tipo de chantagem política que foi dita pelo ministro", afirmou. "São dois temas absolutamente distintos", completa o senador Cid Gomes. Para o ex-governador, o bloqueio é uma proposta absurda "e mais mesquinha fica essa iniciativa quando vinculada a uma chantagem".
Reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Henry Campos destaca que não há sequer tempo hábil para responder a essa "proposta chantagista de que só vai reverter se a reforma for votada" "(O bloqueio) Inviabiliza o funcionamento (das instituições). Nós não temos tempo de esperar", aponta.
Coordenador da bancada federal no Congresso Nacional, Domingos Neto (PSD) contraria a versão oficial do governo federal, que considera o bloqueio apenas um contingenciamento de recursos. "No contingenciamento você consegue fazer empenho do orçamento que já tem e, dependendo da arrecadação do País, se consegue depois liberar e reduzir esse contingenciamento. Aqui foi feito um bloqueio, que é na verdade um corte", explica o deputado.
"Necessidade de contenção de gastos é algo que o momento requer e exige, agora a sabedoria do bom governante está em identificar o que é que pode e o que é que já sofreu sacrifício demais", concorda Cid Gomes. Ministro da Educação durante o mandato de Dilma Rousseff (PT), o pedetista considera que a mobilização realizada pela bancada federal e pelo governador ao receber os reitores para discutir "contraponto a essa medida de governo" é necessária para reverter o decreto do governo federal. (LB)
Presentes
GOVERNO
Camilo Santana, governador
Izolda Cela, vice-governadora
Nelson Martins, secretário de Relações Institucionais
Inácio Arruda, secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
ASSEMBLEIA
José Sarto, presidente da mesa diretora
Júlio César Filho, líder do governo
PARLAMENTARES
SENADO
Cid Gomes, do PDT
CÂMARA
Domingos Neto, do PSD
Antônio José Albuquerque, do PP
Mauro Filho, do PDT
André Figueiredo, do PDT
Leônidas Cristino, do PDT
Eduardo Bismark, do PDT
Robério Monteiro, do PDT
Idilvan Alencar, do PDT
José Guimarães, do PT
REITORES
Henry Campos, da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Virgílio Araripe, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)
Ricardo Ness, da Universidade Federal do Cariri (UFCA)Alexandre Cunha, da Unilab