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Tempo de retorno do investimento em energia solar cai quase 2 anos em Fortaleza
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Tempo de retorno do investimento em energia solar cai quase 2 anos em Fortaleza

| COMÉRCIO E PEQUENAS INDÚSTRIAS | Para residências, a redução do payback foi menor, caindo de 3,64 anos em 2018 para 3,44 anos em 2019 na Capital
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O tempo de retorno para o investimento (payback) em projetos de geração própria de energia solar de pequenos comércios e indústrias de Fortaleza reduziu quase dois anos em 2019, caindo de 7,37 em 2018 para os atuais 5,61 anos. Já o consumidor residencial leva, em média, 3,44 anos para reembolsar o valor aplicado. Os dados são do Índice Comerc Solar - maior empresa do segmento no País.

 Para o levantamento, foram considerados três itens que variam de acordo as 27 cidades estudadas. São eles: insolação registrada, tarifa de energia (considerando todos os impostos cobrados na região) e o custo dos equipamentos. No cenário nacional, a Capital ocupa as 13ª e 14ª posições de payback para empresas e residências, respectivamente.

De acordo com Marcel Haratz, diretor da Comerc ESCO, os número são otimistas. "Identificamos um viés positivo no Ceará, com melhora acentuada do payback. Nesse caso, a movimentação de posições do ranking acaba sendo menos importante do que essa avaliação em caráter comercial/industrial e um retorno bom para projetos residenciais, estimado em 3,4 anos", avalia.

Segundo Jurandir Picanço, consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado Ceará (Fiec) e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis, o tempo de retorno tende a melhorar com o aumento da tarifa da concessionária. Ocorre que as contas de energia ficarão cerca de 8,2% mais caras a partir desta segunda-feira, 22, no Ceará, em razão da revisão tarifária da distribuidora Enel.

"Na medida em que aumenta a taxa, o retorno na geração aumenta. Com o reajuste, o payback estimado deve reduzir ainda mais", explica. Para fazer o cálculo, deve-se considerar o custo total do investimento e dividi-lo pela economia proporcionada mensalmente. Conforme Picanço, a economia varia de 80 a 90% por mês.

É o caso do empresário Lucas Voulassiki. Ele diminuiu a conta de luz de R$ 2.300 para R$ 400 por mês. "Acho que é um negócio muito bom, já recomendei para várias pessoas. O meu arrependimento é de não ter feito antes", diz. Ele instalou o equipamento e projetou recuperar os R$ 60 mil investidos em três anos e meio. "Com o aumento da tarifa, pode ser que seja antes disso", projeta.

O tempo de vida útil das placas é de 20 a 25 anos. "Tem financiamento em que o valor da prestação é calculado de acordo com o valor mensal da conta. A pessoa vai pagar o financiamento sem ter nenhum esforço financeiro adicional", calcula.

No Ceará, existem linhas de créditos específicas no Banco do Nordeste (BNB), instituições privadas como o Bradesco, BV Financeira e Santander. O segmento tem ganhado fôlego no Brasil. Estima-se que os investimentos privados no setor solar fotovoltaico sejam de R$ 21,3 bilhões até 2022. A potência instalada das usinas solares já contratadas que entrarão em operação até o período é de 3,7 GW.

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