Durante as conturbadas reuniões na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na última semana, ficou evidente a falta de articulação da base do governo, o que vem dificultando a celeridade da tramitação da Previdência.

Na quarta-feira, 17, quando a comissão tentou votar o parecer da reforma, a desorganização dos apoiadores da proposta, aliada à inexperiência dos governistas, deu espaço para uma manobra articulada pela oposição e pelo centrão que acabou adiando a votação.

"Na última reunião, membros do governo, para questionar a nossa obstrução, falavam às vezes mais do que a gente. Eu nunca vi isso acontecer em um processo de obstrução. Acho que eles estão muito atrapalhados, conhecem pouco o regimento", relata a deputada Talíria Petrone (Psol).

A parlamentar considera que, para além do mérito da proposta, há uma inabilidade da base aliada em conseguir dar rapidez à matéria.

Para o deputado Eduardo Bismarck (PDT), falta unidade ao partido de Bolsonaro. "O PSL não é um grupo que cresceu junto, ele nasceu ontem e está se conhecendo agora", aponta. Por conta disso, afirma, não consegue a confiança do centrão, que "é o que dá a governabilidade para qualquer presidente". (Luana Barros)