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Após dia tumultuado, CCJ prevê votar reforma hoje
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Após dia tumultuado, CCJ prevê votar reforma hoje

| Previdência | Promessa é de retomar discussão na Comissão, a partir de 10 horas, e levar a matéria à votação ainda nesta quarta
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 Felipe Francischini, presidente da CCJ, teve trabalho para comandar os trabalhos  (Foto: Pablo Valadares/Câmara)
Foto: Pablo Valadares/Câmara  Felipe Francischini, presidente da CCJ, teve trabalho para comandar os trabalhos

Foi mais um dia de desarticulação política do governo no Congresso. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde dava-se uma batalha decisiva com o início do debate sobre a reforma da Previdência, coube ao próprio presidente Felipe Francischini (PSL-PR) fazer às vezes de líder governista para fazer frente às estratégias da oposição para dificultar os trabalhos, com o objetivo claro de atrasar o calendário de votação. O interesse na matéria do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que atuou nos bastidores, também ajudou a mobilizar a base aliada...

 Felipe Francischini calcula que o encerramento será possível graças a um esforço de parlamentares favoráveis ao texto, que ou abriram mão de suas falas ou falaram por tempo menor que o estipulado. Dos 62 deputados que estavam inscritos para falar a favor da reforma, apenas 19 se manifestaram. Agora, falta terminar a lista de parlamentares contrários, que somou 65 inscritos.

Felipe Francischini calculava como possível, por volta de 20h30min, que a votação pudesse acontecer ainda ontem ou, no máximo, às primeiras horas de hoje. Um acordo que previa a discussão até 22 horas e o encerramento para retomada nesta quarta-feira, segundo avaliação do presidente do CCJ, deixou de fazer sentido a partir de quando o Psol apresentou requerimentos com o objetivo de obstruir os trabalhos, o que teria sido acertado entre os líderes que não aconteceria.

Uma tentativa de Francischini, assustado com os mais de 100 inscritos, de barrar a palavra para deputados não integrantes da CCJ esbarrou na forte resistência oposicionista, obrigando-o a chamar, pelo microfone, algum líder para encaminhar os interesses governistas. Ouvido pelo Major Hugo, líder do governo na Câmara, o presidente acabou frustrando-se ao vê-lo confirmar a existência de um acordo, que até aquele momento ele negava, através do qual não haveria limite de inscritos entre parlamentares que não integram a comissão para participarem da discussão.

A ação decisiva para que a discussão fosse adiante, entrando pela madrugada de hoje, foi mais nos bastidores e partiu do presidente da mesa diretora, Rodrigo Maia, um dos maiores entusiastas da reforma da Previdência na Câmara. Segundo ele, é importante que a admissibilidade seja votada ainda até hoje, sinalizando para a sociedade brasileira a preocupação da Casa com as contas públicas. "Acho que seria um bom gesto da Câmara, se está marcado o debate até às 22h, vamos deixar até às 5 horas da manhã. Depois de encerrar todo o debate, os parlamentares têm condições de votar", defendeu.

Rodrigo Maia ressaltou que não pretende interferir na comissão, mas afirmou que é importante que os líderes e todos os demais deputados entendam a importância da aprovação da matéria. Ele reconheceu que o governo não tem uma base organizada e que isso favorece a oposição no debate.

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