Na avaliação do filósofo Roberto Romano, da Unicamp, a gestão Bolsonaro teve momentos "erráticos" por causa da falta de coesão.
"Não há um cimento que garanta a unidade das ideias, das doutrinas e das práticas que compõem o governo", afirmou. "Não é que sejam conflitantes, mas há interesses que não são conciliáveis."
Para o cientista político Rodrigo Prando, do Mackenzie, a desenvoltura do vice-presidente é o principal diferencial da gestão Bolsonaro. "O vice assumiu a liturgia do cargo, dá declarações que tranquilizam o mercado, a classe política e até o núcleo militar."
Na área econômica, o governo entregou ao Congresso a reforma da Previdência e bateu o martelo em leilões de 12 aeroportos, 16 portos e o trecho da Ferrovia Norte-Sul, com investimentos previstos de quase R$ 7 bilhões nos próximos 30 anos.
Com a queda das expectativas do PIB para este ano, a equipe econômica prepara pacote de medidas para aumentar a produtividade, o emprego e a atividade econômica.
Às vésperas de completar cem dias, Bolsonaro já fez viagens a Davos, na Suíça, a Washington, a Santiago e a Tel-Aviv. Na Casa Branca, acertou com Donald Trump uma proposta de acordo para o uso comercial do Centro de Lançamentos de Alcântara.
(Agência Estado)