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Bolsonaro manda recolher cartilha com orientações sexuais para jovens
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Bolsonaro manda recolher cartilha com orientações sexuais para jovens

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O PRESIDENTE discursou durante aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais (Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil)
Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil O PRESIDENTE discursou durante aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais

Dois dias depois de se envolver em polêmica ao compartilhar postagem obscena no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) admitiu que pediu ao ministro da Saúde que recolha a Caderneta de Saúde da Adolescente, cujo conteúdo inclui instruções sobre o uso do preservativo masculino.

O anúncio foi feito durante transmissão ao vivo no Facebook no fim da tarde de ontem. Na "live", Bolsonaro diz que a cartilha, um informativo voltado para meninas e confeccionado em 2012, ainda na gestão de Dilma Rousseff (PT), será apreendida e reimpressa sem o trecho que trata de orientações sexuais.

O presidente, então, exibiu parte das ilustrações. A cartilha contém desenhos de uma camisinha e de um pênis, no tópico sobre sexo seguro, e de uma vulva, na seção acerca de higiene feminina.

"Se você, pai e mãe, achar que não (quer ver as imagens), está no direito. Se achar que é o caso, você tira essas partes aqui que tratam desse assunto", afirmou o chefe do Executivo.

Em seguida, Bolsonaro conta que ligou para o ministro Luiz Henrique Mandetta, a quem pediu que reformulasse o material educativo, excluindo a parte censurada. "Liguei para o Mandetta e expus o problema pra ele. Vai fazer uma nova cartilha, com menos páginas, mais barato, sem essas figuras aqui no final, e vamos rapidamente distribuir e recolher as anteriores", disse o pesselista.

O presidente fez a transmissão, que terá frequência semanal, ao lado dos generais Otávio Rêgo Barros, porta-voz do Governo Federal, e Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Sorrindo, ele perguntou aos auxiliares: "(O Governo) Está no caminho certo?". Eles não responderam.

Além da educação sexual de adolescentes, Bolsonaro também abordou a reforma da Previdência, sobre a qual disse que contemplaria militares, e o aumento de gastos no cartão corporativo. Coube a Augusto Heleno negar crescimento na despesa, rebatendo denúncia feita pelo jornal Folha de S. Paulo ontem.

Sobre a declaração de que "democracia e liberdade" só existem quando as Forças Armadas "assim o querem", Bolsonaro também deixou que Heleno se encarregasse da resposta.

"Isso não tem nada de polêmico, ao contrário. Suas palavras foram ditas de improviso, para uma tropa qualificada, e foram colocadas exatamente para aqueles que amam a sua pátria", assinalou o ministro do GSI.

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