O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou ontem que o encontro com o presidente americano Donald Trump marca um "capítulo inédito" que abre "novas frentes de cooperação". Ele destacou os esforços do seu governo para implementar as reformas em curso e o equilíbrio das contas públicas.
Segundo o brasileiro, a dispensa de vistos para norte-americanos tem a finalidade de estimular o comércio e o turismo. A declaração se deu nos jardins da Casa Branca, ao lado do republicano.
Bolsonaro agradeceu ainda o apoio do americano ao ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O grupo reúne 36 países que se guiam pelos princípios da democracia representativa e economia de mercado.
"(O apoio) será entendido como um gesto de entendimento que marcará ainda mais a parceria que buscamos", afirmou o pesselista.
Bolsonaro também ressaltou a negociação para que o Brasil ingresse como parceiro externo na Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan), aliança militar criada em 1949 que reúne 29 países, regida pelo princípio da defesa mútua em caso de ataques. "Discutimos a possibilidade de o Brasil entrar como aliado extra-Otan", disse.
Segundo Trump, o Brasil será designado principal aliado dos Estados Unidos fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Ainda cogitou a possibilidade de o Brasil integrar a organização, formada por países da Europa e da América do Norte, com origem na oposição ao socialismo liderado, na época, pela União Soviética, hoje extinta.
O estadunidense também projetou que as empresas de seu país "estão prontas para entrar" no mercado brasileiro, aguardando mudança nas "regras do jogo". Disse que "reciprocidade" é sua palavra favorita e afirmou que Brasil e Estados Unidos estão dispostos a reduzir barreiras comerciais entre si.
"O presidente tem uma visão de liberar o setor privado, abrir a economia", disse Trump após a reunião. E complementou: "esse é o caminho para que o Brasil tenha um crescimento econômico forte. Nossas empresas estão prontas para entrar quando essas regras do jogo forem iguais", completou.
Bolsonaro celebrou a redução do número de governos socialistas no mundo. Segundo ele, pela "via democrática", o Brasil se "livrou desse projeto", referindo-se ao socialismo. "Cada dia que passa essas pessoas mais voltadas para o socialismo e até mesmo para o comunismo, aos poucos vão abrindo suas mentes para a realidade."
Questionado se manteria relações com os Estados Unidos em eventual vitória de um candidato à presidência com inclinações socialistas, Bolsonaro disse que respeitaria o resultado das eleições. Contudo, em tom bem-humorado, afirmou estar convencido de que Trump será reeleito, ao que Trump agradeceu. "Deixamos a América com a sensação de missão cumprida. Avanços importantes alcançados na área econômica, de segurança e política externa", tuitou o presidente. (Agência Brasil)
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Integraram a comitiva brasileira Ernesto Araújo, Paulo Guedes, Sergio Moro, Augusto Heleno, Tereza Cristina e Ricardo Salles, além do deputado federal Eduardo Bolsonaro.