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"Ou o PT muda essa direção ou nós vamos enfrentá-lo", diz Ciro
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"Ou o PT muda essa direção ou nós vamos enfrentá-lo", diz Ciro

| Após críticas | O pedetista chamou a direção do PT de "facção bandida"; já governo Bolsonaro recebeu a alcunha de "boçal"
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CIRO GOMES participou de audiência pública sobre reforma da Previdência na ALCE (Foto: EVILÁZIO BEZERRA)
Foto: EVILÁZIO BEZERRA CIRO GOMES participou de audiência pública sobre reforma da Previdência na ALCE

Alvo de críticas pelo líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta, o ex-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) rebateu as falas do petista. Pouco antes de participar de audiência na Assembleia Legislativa do Ceará para discutir a reforma da Previdência, Pimenta falou que o "PT não é daqueles que, na hora da dificuldade, vai passear em Paris".

"Esse lado bandido do PT precisa entender que eu saí (do País) no 2º turno para não ter que explicar porque eu não faço mais campanha para os marginais do PT", replicou Ciro. Em 2018, logo após o 1º turno, o pedetista anunciou que passaria uns dias de férias em Paris, contrariando as expectativas de que entraria na campanha de Fernando Haddad (PT).

Entre as críticas, a das alianças do PT em 2018, como o apoio a Renan Calheiros (MDB) em Alagoas. Ciro também criticou a aliança do governador Camilo Santana (PT) com o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB). "Eu fui contra, pessoalmente e publicamente. Anunciei, trabalhei e ajudei a derrotar o Eunício Oliveira. O argumento persiste", disse.

Ciro explicou que os "marginais" não representam a totalidade do PT, mas estariam no comando e, por isso, não o PDT deve ter nenhum alinhamento. "Não aceitamos mais dizer amém para as bandidagens do PT. Ou o PT muda essa direção ou nós vamos enfrentá-lo como estamos enfrentando agora".

Além do PT, Ciro criticou o presidente Jair Bolsonaro. Mesmo após ter afirmado que só avaliaria o novo governo após 100 dias, o ex-presidenciável opinou diversas vezes sobre a ação do Executivo. "Tenho consciência e a minha consciência me cobrou uma reação a esse monte de loucura que um grupo de boçais tem feito e que faz um mal absolutamente irreparável ao Brasil", explicou.

As relações externas brasileiras são alvo das censuras de Ciro. A crise com a Venezuela, as rusgas criadas pela China, além da "vassalagem", segundo ele caracteriza, do governo Bolsonaro em relação aos Estados Unidos são os principais pontos de desaprovação.

"Nunca vi a imagem do Brasil tão deteriorada. Agora estou arrumando briga nos cantos, afinal de contas é o meu país, por conta das maluquices que esse bando de boçal que nos governa tem produzido", relata. O ex-ministro garante que não torce para o fracasso, embora projete que "não acaba bem não o Governo Bolsonaro".

A avaliação dos 100 dias de Bolsonaro no governo será realizada por documento do PDT, explica Ciro. "A intenção é de que todo brasileiro tenha uma fichinha na mão, capaz de saber o que está acontecendo com emprego, com o gasto com saúde e educação, com as mudanças institucionais, com os escândalos e qual tratamento está se dando", diz.

Reforma

O deputado federal Mauro Filho criticou também o modelo de capitalização proposto pelo Governo Federal para a Previdência, que "é o mais absurdo possível, porque ele não tem a contribuição patronal. Não pode um sistema de capitalização que seja só a contribuição do trabalhador. Aliás, isso não vai vingar na votação na Câmara dos Deputados", garante.

 

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