Líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta aproveitou a passagem por Fortaleza para alfinetar indiretamente o ex-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT).
Pouco antes de participar de uma audiência na Assembleia Legislativa do Ceará para discutir a reforma da Previdência, o petista falou que o "PT não é daqueles que, na hora da dificuldade, vai passear em Paris".
Em 2018, logo após o primeiro turno das eleições presidenciais, o candidato pedetista, terceiro colocado na disputa, anunciou que passaria uns dias de férias em Paris, na França.
À época, apoiadores do então candidato Fernando Haddad (PT) esperavam um gesto eloquente de Ciro, que nunca veio - meses depois, o irmão do ex-presidenciável, Cid Gomes, chegaria a bater boca com militantes petistas em um evento da campanha de segundo turno de Haddad em Fortaleza.
Já em 2019, convidado a participar de uma programação da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Salvador, Ciro repetiria frase dita por Cid: "O Lula está preso, babaca".
Desde a disputa eleitoral, quando a então senadora e presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, disse que Ciro não passava "no PT nem com reza brava", a relação entre o grupo dos irmãos no PDT e o partido de Lula está estremecida.
Perguntado ontem se procuraria apoio do PDT para barrar a reforma da Previdência proposta por Jair Bolsonaro (PSL), Pimenta citou Leonel Brizola, ícone trabalhista.
"O Brizola tinha uma frase que era assim: 'A gente conhece os parentes na hora de dividir a herança'", contou o deputado. "Lá no Rio Grande do Sul ela é adaptada e usada assim: a gente conhece os amigos na hora da dificuldade." (Henrique Araújo)