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Após eleição, 5 partidos perdem representantes no Senado
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Após eleição, 5 partidos perdem representantes no Senado

| após eleições | Doze senadores já mudaram de sigla. Podemos e PSD ganharam mais destaque na Casa
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 EDUARDO GIRÃO (à direita) é um dos senadores que mudaram de sigla após as eleições. Agora ele integra a bancada do Podemos (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO  EDUARDO GIRÃO (à direita) é um dos senadores que mudaram de sigla após as eleições. Agora ele integra a bancada do Podemos

Ao todo 12 senadores já mudaram de partido desde outubro, numa movimentação que mudou a dinâmica de forças entre as bancadas da Casa, diminuindo a importância de siglas tradicionais, como o PSDB, e colocando em destaque novos grupos partidários, a exemplo do Podemos e do PSD. Fortalecidos, os dois partidos tiveram espaço de destaque na Comissão Diretora da Casa. O PSD saiu da 3ª para a 2ª maior bancada, enquanto o Podemos passou a ser a 3ª - era a 7ª.

Ao mesmo tempo, cinco siglas deixaram de ter representantes no Senado: PTC, PRP, PHS, PTB e Solidariedade. Todas saíram das urnas com pelo menos um senador.

A renovação obtida em 2018 - apenas 8 dos 54 senadores foram reeleitos - não evitou que uma parcela significativa desses parlamentares protagonizasse "traições" partidárias ou acordos envolvendo 12 partidos. A mudança de legenda envolve de políticos experientes, como o ex-presidente Fernando Collor (AL), aos estreantes Jorge Kajuru (GO) e Capitão Styvenson (RN).

O PTB, partido do ex-deputado Roberto Jefferson, conhecido pelo envolvimento no caso do mensalão, foi o mais prejudicado. A sigla elegeu dois novos senadores em outubro e, como já tinha um parlamentar em meio de mandato, terminou 2018 projetando bancada com três nomes. Isso lhe garantiria estrutura de liderança partidária. A legenda, no entanto, perdeu todos os senadores - dois foram para o PSD e um para o Pros - e ficou sem representante na Casa.

Na outra ponta está o PSD, de Gilberto Kassab. O ex-ministro e secretário licenciado de São Paulo articulou a ampliação da bancada durante o recesso e conseguiu atrair três nomes, elevando de sete para dez o número de senadores filiados ao partido que criou.

Os novatos na legenda são Nelsinho Trad (MS) e Lucas Barreto (AP), ambos originários do PTB, além do Carlos Viana (MG), do PHS. Em compensação, a sigla perdeu o senador Lasier Martins (RS) para o Podemos. Ainda assim, o PSD ultrapassou o PSDB em tamanho. Os tucanos não conseguiram seduzir nenhum novo senador e permaneceram com uma bancada de oito parlamentares, contra nove do PSD.

A ampliação da bancada motivou o partido a requisitar mais espaço no Senado, com base na regra da proporcionalidade. A sigla garantiu a Primeira-Secretaria do Senado, além da presidência de uma das mais importantes comissões, a de Assuntos Econômicos (CAE).

O Podemos, partido do senador Alvaro Dias (PR), também se fortaleceu. A sigla filiou, além de Lasier Martins, os senadores Eduardo Girão (CE), que era do Pros, e o Capitão Styvenson (RN), ex-Rede. Com isso, a legenda, que tinha cinco senadores, agora tem oito. Após o crescimento, a legenda garantiu a indicação para a Segunda Vice-Presidência do Senado, um dos cargos mais importantes da Mesa Diretora.

A articulação de Alvaro Dias representou um duro golpe, por exemplo, para a Rede, partido de Marina Silva, que elegeu cinco senadores e perdeu dois. Um dos principais aliados de Marina, o senador Randolfe Rodrigues (AP) atuou para evitar que a debandada fosse maior. Se perdesse três senadores, a Rede não teria direito, por exemplo, a uma estrutura de liderança na Casa. (Agência Estado)

Decisão

Conforme Eduardo Girão, a decisão de ir do Pros ao Podemos foi motivada pelo gesto do líder da sigla, Álvaro Dias, ao desistir da disputa pela presidência do Senado. Girão tentava articular nome de consenso contra Renan Calheiros.

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