Um erro, da concepção à ação
Uma confusão clara de ideias. Como imaginar possível que a maior circulação de armas levará à redução nos números inaceitáveis de homicídios que temos apresentado nos últimos anos? Os níveis observados são aqueles de um País em guerra, o que não é, formalmente, o nosso caso. A tendência natural, infelizmente, é que o contrário aconteça e tenhamos agravadas estas vergonhosas estatísticas de mortes violentas que hoje ostentamos.
O presidente, a linha geral do seu governo e a ampla maioria dos seus apoiadores acreditam ser essa a melhor forma de o Estado estabelecer seu enfrentamento à violência. Portanto, há uma compreensão de mundo movendo os passos de quem adota o caminho, equivocado mas legítimo, na tentativa de reverter um quadro que, destaque-se, o novo governo herdou.
Criticar a iniciativa não é torcer contra ela, inclusive porque a alternativa que resta é a de esperar que ela funcione no seu objetivo de conter a bestialidade que assombra. Apesar das várias indicações disponíveis de que teremos dias difíceis pela frente, com mais armas legalmente circulando. Deus, que esteve no lema de Bolsonaro durante toda sua campanha vitoriosa, há de nos proteger.