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'Sobrenome' dá repercussão a caso, diz Mourão

2019-01-23 01:30:00

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, afirmou ontem que o "único problema" do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) é o sobrenome. Filho do presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar é citado em relatório do Coaf que detectou movimentações financeiras consideradas atípicas.

 

"O único problema do senador Flávio qual é? Sobrenome, né?", disse Mourão. "Há essa repercussão toda pelo sobrenome dele, assim como tem mais outros 25 deputados que são investigados por problemas similares." Inicialmente, ele disse que não faria comentários sobre o caso. "Este assunto, meu amigo, estou fora já dele."

 

Para Mourão, é preciso aguardar as investigações e a Justiça. Ele não quis comentar a informação de que o senador eleito empregou, em seu gabinete na Alerj, a mãe e a mulher do capitão Adriano Magalhães da Nóbrega - alvo de uma operação deflagrada ontem contra grilagem, receptação de carga roubada e extorsão. Nóbrega teve pedido de prisão decretada e está oficialmente foragido. "Não compete a mim analisar, ok? O governo está tranquilo, este não é um fato que nos interesse por enquanto. Quando passar a interessar, será divulgado quando for necessário."

 

Com a notícia da operação policial deflagrada ontem, circularam na internet trechos de discursos sobre milícias feitos por Flávio. Um deles ocorreu quando ele votou a favor da criação da CPI das Milícias, em 2008. Nele, apesar do voto favorável à proposição, defendeu a atuação dos grupos armados nas favelas, para combater o domínio do tráfico de drogas. Segundo ele, muitas acusações feitas aos policiais que, afirmou, moram em comunidades e são chamados de milicianos, eram sem fundamento.

 

"Não se pode, simplesmente, estigmatizar as milícias, em especial os policiais envolvidos nesse novo tipo de policiamento, entre aspas. A milícia nada mais é do que um conjunto de policiais, militares ou não, regidos por uma certa hierarquia e disciplina, buscando, sem dúvida, expurgar do seio da comunidade o que há de pior: os criminosos", disse Flávio, em discurso de 7 de fevereiro de 2007. 

 

(Agência Estado)

 

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