PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

MP avalia quebrar sigilo de ex-assessor e familiares

2019-01-09 01:30:00

O Ministério Público do Rio anunciou ontem, em nota, que poderá quebrar os sigilos de Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), e de seus familiares. O anúncio foi feito depois que a mulher do ex-auxiliar do deputado, Márcia Oliveira Aguiar, e duas filhas dele, Nathalia e Evelyn de Melo Queiroz, também ex-integrantes do gabinete do parlamentar, faltarem a depoimento marcado para a tarde de ontem na sede do MP.

 

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que Queiroz movimentou, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, em sua conta, mais de R$ 1,2 milhão, valor que o órgão considerou incompatível com a renda do funcionário. O documento foi encaminhado ao MP-RJ. "O MP-RJ tem informações que permitem o prosseguimento das investigações, com a realização de outras diligências de natureza sigilosa, inclusive a quebra dos sigilos bancário e fiscal", afirmou o órgão no texto.

 

Da mesma conta de Queiroz sob investigação saíram R$ 24 mil depositados em uma conta da primeira-dama, Michele Bolsonaro. O presidente Jair Bolsonaro disse que era o pagamento de uma dívida com ele.

 

A defesa de Nathalia, Evelyn e Márcia afirmou que suas clientes não compareceram porque Queiroz passou por uma cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para a retirada de um câncer. Por isso, todos se mudaram temporariamente para a cidade de São Paulo, onde devem permanecer até o fim do tratamento médico.

 

Queiroz, que teve alta hospitalar ontem, disse que esclarecerá a situação "em breve". Ele, porém, não disse quando iria dar as explicações e reclamou de ter sido tratado como "o pior bandido do mundo".

 

O advogado de Queiroz, Paulo Klein, disse que irá juntar os documentos que comprovam suas afirmações na investigação do MP, "campo adequado para apuração dos fatos". "Assim que Fabrício for liberado pelos médicos, vou me reunir com ele e bater ponto a ponto as questões e ver a documentação relacionada. Por ora, o foco total é na saúde dele e na recuperação."

 

Flávio Bolsonaro tem evitado falar sobre o caso. No fim do ano passado, afirmou que Queiroz lhe deu explicações para a movimentação, mas negou-se a revelar a conversa. 

 

(AE)

 

TAGS