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Kataguiri recua de acusações contra Camilo sobre atentados

2019-01-10 01:30:00
O deputado federal eleito Kim Kataguiri (DEM-SP) compartilhou vídeo ontem se retratando e admitindo erro ao ter defendido que a série de atentados no Ceará "é uma estratégia política absolutamente nojenta que está sendo levada em frente pelo governador petista Camilo Santana" contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL). A declaração foi feita na conta do Movimento Brasil Livre (MBL) na última segunda, 7. Ontem, no novo vídeo, Kataguiri admitiu erro e disse que entendeu melhor a situação do Ceará, após conversar com o senador eleito, Luiz Eduardo Girão (Pros).

 

"Não se trata de um movimento que foi articulado politicamente para fazer com que o caos acontecesse. O caos estava lá", relatou. Girão confirmou o contato com Kataguiri. "Já conheço o Kim há algum tempo e, quando eu vi o vídeo, resolvi ligar, pra contextualizar a situação do nosso Estado. Vejo que ele é uma pessoa bem intencionada e quis fazer isso", afirmou em nota.

 

Kataguiri não foi o único parlamentar a tecer críticas ao governador Camilo Santana. A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) publicou sobre o assunto em sua conta no Youtube, assim como o dono do canal "Mamãe Falei", Arthur Moledo do Val (DEM), que assumirá mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo.

 

"O que o senhor queria, Camilo Santana? Será que era deflagrar um movimento para que os governadores da região Nordeste do país fizessem a mesma coisa? Tentar colocar o governo Bolsonaro dentro do cárcere e trancar a chave? Não vai funcionar, governador", afirmou ela em seu canal na terça-feira, 8.

 

Já Arthur do Val citou o primeiro vídeo de Kataguiri. "Tem uma teoria, o vídeo do Kim explica muito bem isso. (...) Fica um pouco difícil de você não acreditar nessa teoria que a resistência petista está a fim de prejudicar o governo custe o que custar", afirmou ele.

 

A reportagem tentou entrar em contato com os três parlamentares, mas até o fechamento desta edição não obteve respostas.

 

Deputado federal reeleito, José Guimarães (PT) adjetivou os vídeos sugerindo a crise de segurança no Ceará como uma estratégia para desestabilizar o governo Bolsonaro, como sendo "uma conversa sem pé e sem cabeça". "Só pode vir de quem não tem o que dizer nem o que fazer", classifica.

 

"A luta contra o crime não deve ter cunho partidário, a luta contra o crime é uma luta que deve envolver todos que têm compromisso com a justiça e a paz social. O governador está cumprindo o seu papel constitucional e a União também, é a Constituição que determina. (...) O mais é conversa fiada", rebate Guimarães.

 

O ex-candidato à Presidência no Brasil, Ciro Gomes (PDT) também se manifestou ontem. "Na ânsia incontida de aparecer, estes dois delirantes foram para a internet anunciar uma pseudo trama em que todo o sofrimento que passamos juntos com nosso povo seria um plano político maquiavélico para apimentar nossa discordância política com o atual presidente", atacou em publicação no Twitter. A postagem foi feita antes de Kataguiri recuar em suas declarações.

 

A reportagem entrou em contato com a assessoria do governador Camilo Santana, pedindo um posicionamento sobre as acusações. Contudo, não houve resposta.

Luana Barros

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