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Chapa de Roberta Vasques acusada de calote por advogados

2019-01-19 01:30:00
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Vinte e um integrantes da chapa Reage OAB, encabeçada pela candidata derrota à presidência da instituição, Roberta Vasques, foram notificados extrajudicialmente por não pagarem os advogados, eleitores, que militaram no Centro de Eventos no dia 15 de novembro, data do pleito que levou Erinaldo Dantas ao posto máximo da Ordem.

 

Assina notificação extrajudicial, documento usado para solucionar conflitos sem que seja necessário acionar a Justiça, o advogado José Teles Bezerra Junior.

 

"Os notificantes, dentre inúmeros outros advogados, foram contratados para laborar no dia das eleições da OAB-CE (triênio 2019-2021), a fim de ajudarem a chapa Reage OAB a, dentre outras atividades, angariar votos dos eleitores indecisos, mediante a promessa de pagamento de R$ 600 (aos advogados contratados), valor que deveria ser pago ainda em novembro de 2018", escreve ele, que se negou a falar com a reportagem, a fim de não prejudicar eventual negociação.

 

No texto, classifica ainda o não pagamento aos advogados como "o pior maior calote da história da Ordem dos Advogados do Brasil".

 

Concluída na última quarta-feira, 16, a notificação delimita ainda que, se o pagamento não for realizado em 15 dias, cerca de 500 ações judiciais serão ajuizadas contra os integrantes da chapa derrotada.

 

O POVO apurou que as negociações para a quitação da dívida, que atinge cerca de R$ 300 mil, estariam avançadas.

 

Fonte informou que 500 advogados é o número aproximado dos que se sentiram lesados. Foram contratados, conforme a notificação extrajudicial, 1,2 mil profissionais. Ou seja, cerca de 700 profissionais foram pagos.

 

Muitos dos profissionais não permitiram ter o nome exposto na ação não-oficial, por medo de retaliações em escritórios de advocacia. Inclusive, escritório da Capital, mantido sob sigilo pela fonte, teria ameaçado demitir funcionários envolvidos, caso dessem entrevistas, por exemplo.

 

A vontade de regularizar a situação esbarraria na falta de planejamento da chapa, que contratou quantidade de advogados acima do que poderia arcar. A mesma fonte avalia ainda que não percebe na cúpula da chapa Reage OAB má vontade para quitação da dívida.

 

"O subscritor da presente notificação extrajudicial possui dentre os notificados alguns que considera amigos, tendo absoluta certeza de que todos se tratam de advogados sérios", frisa em texto da ação encaminhada aos membros da chapa.

 

Contactada para comentar o caso por celular, Roberta Vasques estava com dois números fora de área. A reportagem ainda tentou contato por meio do WhatsApp, mas não obteve retorno.

 

Retrospectiva da campanha

 

Roberta Vasques foi vice-presidente na OAB-CE na gestão do ex-presidente Marcelo Mota, que esteve no comando da instituição no triênio de 2016 a 2018 e não tentou reeleição. O eleito Erinaldo Dantas recebeu seu apoio.

 

Roberta Vasques se distanciou da gestão, alegando que Mota entranhou-se "com partidos e poderes". Este é, diz, o motivo pelo qual se tornou candidata. Em eventual vitória, ela prometia o apartidarismo da entidade.

 

Ao longo da campanha, a chapa de Robera Vasques recebeu adesão de Edson Santana, que desistiu da própria candidatura. Ele passou a ser candidato à presidência da Caixa de Assistência dos Advogados (Caace).

 

Erinaldo Dantas conseguiu 7.389 votos. Roberta Vasques, segunda colocada, 5.928 votos. Na sequência, vieram Regina Jansen, com 858 votos, e Luiz Antônio Lima, com 374 votos. Nulos contabilizaram 299 sufrágios e, em branco, 204 votos.

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