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Após boicote, governos do Nordeste evitam confronto

2019-01-02 01:30:00
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Após o boicote de parte de governadores eleitos do Nordeste à cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL), os mandatários empossados na região evitaram abrir confronto direto com o novo Governo Federal.

 

O governador reeleito da Bahia, Rui Costa (PT), chegou a dizer que não medirá esforços para ajudar Bolsonaro, mas acrescentou que discorda de medidas defendidas pelo novo governo, como liberação da posse de armas de fogo. "Farei o que puder para ajudar o Governo Federal. Claro que vou fiscalizar para que o Estado da Bahia e o Nordeste não sejam prejudicados", disse Costa.

 

No Piauí, o governador reeleito Wellington Dias (PT) usou seu discurso de posse para enaltecer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, como "líder". Dias ressaltou que o ex-presidente foi "forte candidato" nas eleições do ano passado. No entanto, afirmou que procurará o diálogo com Bolsonaro para conseguir entregar um Piauí com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) melhor que o atual.

 

No Ceará, o governador reeleito Camilo Santana (PT) prometeu uma agenda de investimentos públicos e equilíbrio fiscal. Aliado de Ciro Gomes (PDT), candidato à Presidência derrotado no primeiro turno em 2018, Santana disse que sua ausência na posse de Bolsonaro não foi proposital. "Sou um homem de diálogo", afirmou.

 

Considerado o reduto da esquerda no País, o Nordeste teve várias cerimônias de posse marcadas para a tarde, que coincidiram com o evento em Brasília. O movimento ocorreu após PT, Psol e PCdoB declararem que parlamentares eleitos pelas siglas não iriam à posse presidencial.

 

No Congresso, Bolsonaro foi recebido por um plenário esvaziado. Além da oposição declarada, houve ausências de parlamentares destacados dos partidos que flertam com a base aliada de Bolsonaro, como PP, PRB e PSC, e do bloco de "oposição programática" - PDT e PSB tiveram poucos representantes na cerimônia.

 

Parlamentares experientes interpretaram os desfalques, inclusive de notórios apoiadores de Bolsonaro, como um sinal de que o governo terá de ceder se quiser aprovar suas pautas no Congresso.

 

Para o deputado Capitão Augusto (PR-SP), que busca apoio do Planalto para disputar a presidência da Câmara, a relação com o Congresso é o "tendão de Aquiles" do governo. "A questão de trabalhar com as bancadas temáticas é um erro", disse.

 

Desprestigiado na montagem da equipe, o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) não apareceu. Líder do PP, Arthur Lira (AL) estava nesta terça na praia com a família. Segundo ele, há "possibilidade" de o PP compor o governo.

Com Agência Estado

 

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