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AL-CE tem segurança reforçada em meio a onda de ataques
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AL-CE tem segurança reforçada em meio a onda de ataques

| Prédios Públicos | Segundo especialista ouvido pelo O POVO, atacar prédios públicos tem sido tática comum adotada por criminosos
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A ASSEMBLEIA teve esquema de segurança diferenciado no último sábado (Foto: EVILÁZIO BEZERRA)
Foto: EVILÁZIO BEZERRA A ASSEMBLEIA teve esquema de segurança diferenciado no último sábado

A Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) passou a ter reforço no esquema de segurança ocasionado pela série de ataques que vem ocorrendo no estado. Segundo o tenente-coronel Marcelo Vasconcelos, comandante da Companhia de Polícia de Guarda da AL-CE, as medidas devem ser mantidas mesmo após o fim da crise na segurança pública.

"Desde que começou essa problemática, nós redimensionamos todo o policiamento, acrescentamos efetivo. Estamos dando suporte à Casa, com policiamento tanto a pé como motorizado", explica o oficial. Ele não detalhou as informações por questões estratégicas, mas afirmou que estão sendo realizados, inclusive, bloqueios parciais no entorno do Parlamento durante a noite.

No último sábado, quando os parlamentares realizaram sessão extraordinária para votação de pacote com seis medidas contra onda de ataques enviado pelo governador Camilo Santana (PT), o entorno da AL-CE contou com reforço de outras tropas além da que já atua na segurança na Casa. Desde o início o atual ciclo de atentados, pelo menos dois parlamentos municipais, em Icó e Tururu, além do Paço Municipal de Fortaleza foram alvos dos criminosos.

Usar prédios ligados ao poder público como alvo já é estratégia recorrente de criminosos. "Primeira coisa que a gente tem que levar em consideração é que as facções têm uma pauta política", argumenta Ricardo Moura, pesquisador do Laboratório de Estudos e Pesquisas Conflitualidade e Violência da Uece. Colunista de Segurança Pública do O POVO, Moura explica que os grupos têm reivindicações e a maneira como encontram para colocá-los em pauta é "instalando um clima de pânico".

"Os prédios públicos representam o Estado. Então, é uma forma de mostrar a quem esses grupos estão se dirigindo", afirma Moura. O atentado a esses prédios acaba sendo "uma espécie de queda de braço com o governo", onde as facções demonstram "a capacidade de atuação e o destemor". "A violência é instrumento político de muito tempo", explica.

A dificuldade nesse caso é, então, o equilíbrio que deve ser dado a segurança. "A população também está alvo. Então, você não pode priorizar apenas os prédios públicos. Você tem que atuar em todas as dimensões", acrescenta Ricardo Moura.

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