Presidente eleito descarta tirar Salles de governo
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Presidente eleito descarta tirar Salles de governo

2018-12-21 01:30:00
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Embora alguns integrantes do governo Jair Bolsonaro (PSL) considerem delicada a situação do advogado Ricardo Salles, indicado como ministro do Meio Ambiente, a decisão do presidente eleito é mantê-lo no cargo. Salles (Novo) foi condenado em primeira instância por improbidade administrativa. Cabe recurso.

 

O entendimento de Bolsonaro, de acordo com interlocutores, é de que a condenação de Salles seria fruto de uma disputa política, não de desvio ou corrupção, e representaria ação contra as próprias posições do novo governo em relação à área ambiental. Por isso, a resistência do presidente eleito em tomar atitudes contra seu futuro titular do Meio Ambiente.

 

Ontem, ao ser questionado sobre o assunto, o futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que, de forma geral, "ficha suja não fica no governo". "Não vou falar especificamente sobre ele (Salles), porque não conheço detalhes que envolvem o processo. Mas, de forma geral, o que o presidente, Jair Bolsonaro, já disse foi que ficha suja não vai ficar no governo", disse Bebianno.

 

A posição de Bolsonaro de manter Salles, no entanto, está sendo questionada por alguns assessores. Há uma avaliação de que isso enfraqueceria o discurso do presidente eleito de que indicados com condenação ou problemas com a Justiça não permaneceriam no governo. Esses auxiliares avaliam que passaria sinais trocados à opinião pública e poderia deixar em situação delicada o futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato.

 

Salles passou o dia em Brasília, trabalhando na transição, e confirmou o nome do procurador da Advocacia-Geral da União Eduardo Fortunato Bim para o Ibama.

 

O presidente eleito recebeu nesta quinta-feira logo cedo, representantes de igrejas evangélicas dos Estados Unidos (EUA), na casa onde mora na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Foi o primeiro compromisso do dia, depois de uma quarta-feira intensa, na qual reuniu, pela primeira vez, toda sua equipe ministerial em Brasília.

 

"Pela manhã, recebi representantes de igrejas evangélicas dos EUA e conversamos sobre suas e nossas visões. Mesmo sendo católico, creio que toda religião traz consigo algo que possa agregar a qualquer um de nós", publicou Bolsonaro em sua conta do Twitter.

 

A visita ocorre dois dias depois de o presidente eleito afirmar que não há intenção dele, nem da futura primeira-dama Michelle, de retirar imagens e obras que fazem alusão à religião católica e às de matriz africana dos palácios do Planalto e Alvorada. O presidente eleito garantiu que tudo será mantido como está atualmente.

 

Bolsonaro lembrou que é católico e a mulher, Michelle, evangélica, mas ressaltou que o fato de terem credos distintos não causa divergência entre ambos. Hoje, novamente, exaltou a importância do respeito entre diferentes crenças. "O que importa é que sempre tenhamos fé. Um bom dia a todos", destacou na rede social.

Com agências

 

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