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Na véspera de se reunir com a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) premiou dois tucanos e um ex-tucano, que vão assumir postos na equipe do pesselista.

[SAIBAMAIS]

No mesmo dia, foram anunciados os nomes de General Theophilo, Mayra Pinheiro e Danilo Forte para funções importantes na gestão do pesselista. Candidato derrotado ao Governo do Ceará pelo PSDB, o militar vai chefiar a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), diretamente subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança, a ser comandado por Sergio Moro.

 

Ex-candidata ao Senado, Mayra assume a partir de janeiro a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (STGES), responsável pelo acompanhamento do programa Mais Médicos no País. O órgão é vinculado ao Ministério da Saúde, que será chefiado pelo deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS).

 

No mesmo período, o deputado federal não reeleito Danilo Forte passa a desempenhar o papel de articulador político para o Nordeste, tarefa que estará dentro das atribuições do Ministério da Casa Civil, cujo titular é Onyx Lorenzoni, do DEM. Forte foi convidado ontem, durante encontro com parlamentares do PSDB em Brasília.

 

Além dos três, o também cearense Mansueto Almeida permanecerá como secretário do Tesouro Nacional sob a presidência de Bolsonaro, cargo que ocupa desde abril deste ano no governo de Michel Temer (MDB).

 

Ao O POVO, Theophilo, que é carioca mas viveu no Ceará durante boa parte da vida, afirmou ter recebido uma "ligação do presidente Bolsonaro me convidando para participar do governo e que deveria ter uma entrevista com o ministro Sergio Moro em Brasília". O ex-tucano acrescentou ainda que aceitou o convite "com maior prazer".

 

Questionado um dia antes pela reportagem se havia sido convidado e tinha aceitado participar da equipe de Bolsonaro, Theophilo negou.

 

Já Forte festejou a indicação. "Fico honrado com o convite e principalmente por poder continuar trabalhando na elaboração de elementos capazes de diminuir o desequilíbrio regional que o País persiste em conviver", declarou o tucano por meio de nota. Nela, o deputado se refere ao novo emprego como "secretário Especial do Nordeste".

 

Na prática, no entanto, o parlamentar vai exercer a tarefa de coordenador de articulação na Câmara Federal. Ao todo, Lorenzoni teria criado uma coordenadoria para cada região do País e outras duas para Senado e Câmara. O objetivo é afinar a interlocução política de Bolsonaro, alvo de críticas mesmo de aliados durante a transição.

 

Perguntada sobre a indicação, Mayra rejeitou caráter político. "Esse meu convite é técnico, não tem ligações políticas", disse.

 

Presidente do PSL no Ceará e deputado federal eleito, Heitor Freire elogiou os nomes de Mayra e Theophilo. "Foram indicações diretas, técnicas", respondeu o dirigente. Sobre Forte, disse que ele "tinha amizade pessoal Onyx". (Colaborou Carlos Holanda, especial para O POVO)