Bolsonaro indica ex-secretário de SP e fecha 22 ministros
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Bolsonaro indica ex-secretário de SP e fecha 22 ministros

2018-12-10 01:30:00
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Com indicação de Ricardo Salles para o Meio Ambiente, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) confirmou ontem todos os 22 ministros do futuro governo. Marcado por indicações de militares, políticos de partidos de direita e nomes de peso como do juiz federal Sergio Moro, primeiro escalão da gestão Bolsonaro segue à risca o prometido pelo presidente eleito durante a campanha eleitoral.

 

Uma promessa, no entanto, saiu fora do planejado: fechado com 22 nomes, ministério do novo governo tem sete pastas a mais que as 15 prometidas na eleição. Dos 29 ministérios de Michel Temer (MDB), deixaram de existir ou foram fundidos: Planejamento, Segurança Pública, Integração Nacional, Cidades, Desenvolvimento Social,Esportes, Trabalho e Cultura.

 

Último ministério a ter um gestor definido, o Meio Ambiente protagonizou várias das maiores polêmicas do presidente eleito na campanha e até logo após a eleição. A pasta, que chegou a ter extinção e até fusão com o Ministério da Agricultura considerada por Bolsonaro, acabou mantida em meio a pressões de ambientalistas e do mercado internacional.

 

Para comandar a pasta, foi escolhido o advogado Ricardo Salles, ex-secretário de Meio Ambiente do governo Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. 

 

Candidato derrotado a deputado federal pelo Novo do estado, Salles é um dos fundadores do movimento Endireita Brasil e chamou a atenção por usar peça de campanha que sugeria uso de armas e munições reais "contra a esquerda e o MST".

 

No ano passado, ele foi alvo de ação por improbidade administrativa sob a acusação de, ao lado de duas funcionárias da equipe, ter feito alterações "de forma maliciosa" em mapas de zoneamento ambiental da Grande São Paulo. A indicação também ocorre em meio a polêmica desistência do governo brasileiro em sediar a Cúpula do Clima, Cop-25, em 2019.

 

"Vai ter um montão de ministro militar". A promessa, feita por Bolsonaro em agosto, não ficou no discurso: com sete nomes do alto escalão das Forças Armadas, quase um terço do total, o governo terá o maior número de "fardados" desde a redemocratização. Sem levar em conta que o próprio presidente é capitão da reserva do Exército e o vice, Hamilton Mourão, general de Exército.

 

Chama a atenção ainda a confirmação de dois "superministérios". O primeiro é o da Economia, comandado por Paulo Guedes, que reunirá atribuições da Fazenda, Comércio Exterior, Planejamento e Indústria. O segundo, da Justiça, será comandado por Sergio Moro e reunirá, além das atribuições de Justiça e Segurança Pública, a Polícia Federal e o Controle de Atividades Financeiras (Coaf), hoje na alçada da Fazenda. 

 

(com agências de notícias)

 

Números

 

15 era o número de ministros prometidos por Bolsonaro logo após a campanha, sete a menos do que o entregue

Carlos Mazza

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