Bolsonaro e Netanyahu selam aproximação no Rio
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Bolsonaro e Netanyahu selam aproximação no Rio

2018-12-29 01:30:00
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No primeiro movimento claro da mudança de política externa do futuro governo Jair Bolsonaro, o presidente eleito se encontrou ontem no Rio com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. Durante a campanha, o futuro presidente prometeu a mudança da embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém, o que aproximou os dois líderes. Ontem, contudo, nenhum anúncio público foi feito neste sentido.

 

É a primeira visita de um premiê israelense em exercício ao País desde a fundação do Estado judeu, em 1948. Netanyahu chegou no fim da manhã e foi recebido pelo futuro chanceler, Ernesto Araújo, e o deputado federal reeleito e filho de Bolsonaro, Eduardo. Logo após a chegada, Netanyahu almoçou e se reuniu com Bolsonaro no Forte de Copacabana, na zona sul do Rio.

 

Em pronunciamento conjunto após o almoço, Bolsonaro disse que Brasil e Israel, mais do que parceiros, são "irmãos no futuro, na economia, em tecnologia, em tudo aquilo que possa trazer benefícios para os dois países". Netanyahu agradeceu pela "gentilíssima recepção". "Israel é a terra prometida. E o Brasil é terra da promessa (para o futuro)", afirmou o premiê.

 

A última vez em que Bolsonaro prometeu a mudança da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, num ato de reconhecimento da cidade sagrada como capital israelense, foi no dia 1º de novembro, pelo Twitter: "Como afirmado durante a campanha, pretendemos transferir a Embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém. Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos".

 

Países árabes já sinalizaram que poderão retaliar comercialmente o Brasil se a mudança se concretizar. Anfitrião e visitante não se referiram publicamente ao assunto.

 

Segundo o primeiro-ministro, a cooperação entre os dois países poderá trazer "benefícios tremendos aos nossos dois povos, na economia, no emprego, na segurança, na agricultura, recursos hídricos, na indústria". "Convidei o presidente Bolsonaro para visitar Israel, e ele aceitou. Ele será bem-vindo como um grande amigo, um grande aliado, um irmão".

 

Bolsonaro respondeu dizendo que pretendia visitar Israel até março, com "uma comitiva de vários setores da sociedade".

 

Netanyahu chegou a estudar a possibilidade de antecipar seu retorno a Israel para o domingo, a fim de iniciar as negociações políticas para a formação de uma nova coalizão do governo, após perder apoio em meio a uma crise política.

 

Após o almoço no forte, os dois seguiram para uma sinagoga em Copacabana. Na chegada ao salão principal onde estavam os convidados, Bolsonaro e Netanyahu foram ovacionados - o brasileiro, aos gritos de "mito"; o israelense, aos gritos de "Bibi", apelido pelo qual o premiê é conhecido.

 

No discurso na sinagoga, o presidente eleito, que vestia, como manda a tradição, o quipá, teceu elogios a Israel: "Sempre citava o exemplo de Israel e dizia: 'Olha o que eles não têm e veja o que eles são; agora olhem para o Brasil, vejam o que nós temos e o que nós não somos", discursou o presidente eleito.

Agência Estado

 

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