Na véspera da posse, aliados ainda não foram contemplados em secretariado
A um dia da posse e com oito pastas ainda sem secretário definido, o primeiro escalão do novo governo de Camilo Santana (PT) tem muitas lacunas.
Embora boa parte das secretarias - 15 ao todo, incluindo as assessorias com status de secretaria incorporadas à Casa Civil - já tenha sido preenchida, o número que falta sinaliza para uma dificuldade de resolver impasses dentro da base governista.
Reeleito com quase 80% dos votos, Camilo contou com arco de aliança de 24 partidos, entre as quais se encontravam o PSD de Domingos Filho, o MDB de Eunício Oliveira e o PP - as três siglas ainda não foram contempladas no secretariado.
Em conversa com O POVO no ato da diplomação dos parlamentares vencedores nas urnas, o deputado federal eleito AJ Albuquerque, do PP, disse que a legenda já havia manifestado a Camilo o desejo de manter a Secretaria das Cidades.
A mesma pasta é cobiçada pelo MDB eunicista. Na quinta-feira, o chefe do Executivo cearense ainda despachava com o presidente do Senado em Brasília atrás de recursos para o Estado. Não reeleito, Eunício tem se empenhado em demonstrar que vem ajudando o governo com a liberação de verbas.
A cota do senador no Palácio da Abolição, todavia, não foi apresentada até agora, e os aliados do emedebista na Assembleia Legislativa (AL-CE), como o deputado estadual Danniel Oliveira (MDB), seguem em compasso de espera.
Outro que aderiu ao barco camilista no processo eleitoral foi o conselheiro em disponibilidade do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Filho. Opositor ao governador, Domingos, apeado da presidência do TCM após a AL-CE aprovar extinção da Corte de contas, declarou-se apoiador de Camilo na véspera do lançamento da candidatura do General Theophilo, então no PSDB, para o Governo.
Era o segundo golpe duro que a oposição ao petista sofria na disputa pelo Abolição. O primeiro tinha sido a deserção do próprio Eunício meses antes, na tentativa de pavimentar a reeleição - o senador acabou derrotado por Eduardo Girão (Pros) e Cid Gomes (PDT).
Por enquanto, foram confirmados como secretários no segundo mandato Élcio Batista (Casa Civil), Socorro França (Proteção Social, Justiça e Direitos Humanos), Luís Mauro Albuquerque (Administração Penitenciária), Arialdo Pinho (Turismo), André Costa (Segurança Pública e Defesa Social), Carlos Roberto Martins Rodrigues (Saúde) e Francisco de Assis Diniz (Desenvolvimento Agrário).
Nesse time, estão representados principalmente os dois grupos que deram sustentação à reeleição de Camilo: os padrinhos Cid e Ciro e a cúpula do PT, que deve garantir espaços na mesa-diretora da AL-CE na eleição para a presidência da Casa, em fevereiro.
NOVO GOVERNO CAMILO SANTANA
Secretarias já definidas
Casa Civil: Élcio Batista
Proteção Social, Justiça e Direitos Humanos: Socorro França
Administração Penitenciária: Mauro Albuquerque
Turismo: Arialdo Pinho
Segurança Pública e Defesa Social: André Costa
Saúde: Carlos Roberto Martins (Cabeto)
Desenvolvimento Agrário: Francisco de Assis Diniz
Procuradoria Geral do Estado: Juvêncio Vasconcelos Viana
Assessorias especiais com status de secretaria
Relações Institucionais: Nelson Martins
Relações Internacionais: César Ribeiro
Comunicação: Chagas Vieira
Secretarias ainda não preenchidas
Cidades
Ciência e Tecnologia
Recursos Hídricos
Esporte e Juventude
Meio Ambiente
Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado
Educação
Controladoria-Geral de Disciplina de Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário
Henrique Araújo