Setores atingidos criticam reconfiguração
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Setores atingidos criticam reconfiguração

2018-11-01 01:30:00

A redução no número de ministérios via junção de pastas, que ganha os primeiros contornos após a eleição do novo presidente, Jair Bolsonaro (PSL), já encontra as primeiras resistências nos setores afetados.

 

O presidente da Federação da Indústria do Ceará (Fiec), Beto Studart, afirmou que planeja reunião com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar a questão.

 

Ele entende que a junção entre Fazenda e Indústria ? além de Planejamento ? resulta numa anomalia, já que têm propósitos diferentes.

 

"A Fazenda quer arrecadar, a Indústria (quer) é diminuir seus custos tributários par a continuar competitiva", argumenta.

 

Mesmo classificando o superministério como incoerente, ele pondera que "não podemos criticar esse movimento. Era isso que nós queríamos. Foi baseado nessa redução de custos que (Bolsonaro) foi eleito".

 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade que Studart é vice-presidente, manifestou-se de forma contrária à medida, ressaltando a importância de ministério exclusivo, dada a importância do setor para o crescimento do País.

 

Sobre a possível junção de Educação, Cultura e Esporte numa só pasta, o presidente do Fórum Nacional de Dirigentes Estaduais de Cultura, o titular da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE), Fabiano Piúba, diz não encarar a medida como uma surpresa.

 

Ele avalia que as políticas públicas para estas áreas podem se integrar, mas cada uma tem relevância própria. Assim, ele projeta mobilização da classe artística e diz que o fórum que preside enviará carta a Bolsonaro.

 

O comunicado, diz Piúba, fará defesa do MinC, falará sobre políticas públicas, fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura e do Plano Nacional de Cultura.

Em nota, o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, diz ter recebido com surpresa a notícia da fusão com o Ministério da Agricultura. "Os dois órgãos são de imensa relevância nacional e internacional e têm agendas próprias, que se sobrepõem apenas em uma pequena fração de suas competências". O ministro destaca que o ministério teria dificuldades de atuação que causariam danos para as duas agendas.

 

A Frente Nacional de Prefeitos pretende encontro com Bolsonaro para novembro, na tentativa de evitar a possível extinção do Ministério das Cidades, que passa a incorporar a Integração Nacional. O presidente da entidade, Jonas Donizette (PSB), diz estar preocupado, pois ainda não foi dito o que virá no lugar.

Carlos Holanda com Agência Brasil

 

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