PT Ceará começa a traçar estratégias para os próximos quatro anos
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PT Ceará começa a traçar estratégias para os próximos quatro anos

2018-11-02 01:30:00
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O PT Ceará inicia as primeiras movimentações após o período eleitoral. Além da avaliação quanto à campanha e aos resultados das urnas, há também a discussão das primeiras estratégias a serem traçadas a partir de agora. A atuação do partido na nova gestão de Camilo Santana (PT), assim como as primeiras estratégias para as eleições de 2020 começam a ser discutidas, além da oposição ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

 

O primeiro momento de reunião entre a legenda localmente foi na Plenária da Resistência, que ocorreu na noite de ontem, na sede do partido em Fortaleza. "É uma atividade para nos organizarmos, fazermos avaliação do processo eleitoral e iniciarmos a nossa resistência democrática, preservando os direitos do nosso povo", explicou a deputada federal reeleita, Luizianne Lins (PT).

 

Localmente, o deputado federal reeleito José Guimarães (PT) aponta algumas prioridades que devem ser colocadas em discussão. "Primeira coisa que eu penso que nós devemos fazer é uma concertação política que redefina o nosso papel na disputa política do Estado e também na reconstrução que temos que fazer em todas as partes do Estado, todos os diretórios municipais", relata.

 

Para ele, a participação na nova gestão do governador reeleito também deve estar entre os primeiros assuntos a serem discutidos. "(Temos que) Preparar o PT para aprofundar a relação com o governador, na sustentação política do Governo e na formulação de políticas públicas para serem executadas", afirma. Entre os focos também estão as estratégias para as eleições municipais, que será realizada daqui a dois anos. "O PT Ceará sai vitorioso, eleitoral e politicamente", resume.

 

Alinhados com as decisões do encontro nacional da legenda na última terça-feira, 30, os petistas cearenses também já discutem a criação de uma frente democrática em oposição ao presidente eleito. "Eu acho que a palavra é resistência mais do que oposição. (...) A gente só foi situação (por) 12 anos. Então, nós sabemos fazer oposição, nós sabemos dialogar. É tranquilo, não é um problema", afirma a ex-presidente do PT Ceará e coordenadora executiva da campanha estadual de Fernando Haddad (PT) à Presidência, Sonia Braga (PT).

 

O vereador de Fortaleza pela sigla, Guilherme Sampaio, concorda. "As primeiras declarações e anúncios dele e dos seus assessores denotam que há a necessidade mantermos a mobilização democrática que aconteceu nas duas últimas semanas (antes do segundo turno)". O vereador acrescenta que a legenda deve voltar a ser mais enfática na campanha pela libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Essa construção deve ser um movimento para além do PT e envolver outros partidos, e também movimentos sociais e aqueles que não estão filiados à sigla, acredita Sampaio. "(É necessário) Iniciar um intenso processo de aprofundamento da nossa relação com os movimentos sociais, que foram peça decisiva nas nossas conquistas no Ceará", acrescenta Guimarães.

 

Outro nome que indica querer a união de forças contrárias a Jair Bolsonaro é o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), contudo o pedetista foi enfático ao afirmar que não quer estar junto novamente ao PT. Indagados sobre a possibilidade de o Ferreira Gomes conseguir isolar o PT, os integrantes da sigla mostraram-se incrédulos. "Eu acho difícil você fazer uma frente de oposição sem o PT. (...) Não acredito que o PSB, o PCdoB, o Psol, os movimentos sociais embarquem numa campanha furada dessa. É só bravata de ressentimento", afirma Sonia Braga. "Ninguém consegue isolar quem teve 47 milhões de votos e quem foi pro segundo turno com 31 milhões de votos", ressaltou José Guimarães.

 

Luana Barros

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