Mandetta é anunciado ministro da Saúde
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Mandetta é anunciado ministro da Saúde

2018-11-21 01:30:00

Confirmado ontem para assumir o Ministério da Saúde do governo Jair Bolsonaro, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) disse que a primeira medida será a de se reunir com o atual governo para entender os impactos do fim do convênio com Cuba no Mais Médicos. Segundo ele, o programa era "um convênio entre o PT e Cuba". Para ele, a área precisa de "políticas sustentáveis" porque "improvisações costumam terminar mal".

 

"Era um dos riscos de se fazer um convênio e terceirizar uma mão de obra tão essencial. Me pareceu muito mais um convênio entre Cuba e o PT, e não entre Cuba e o Brasil, porque não houve uma tratativa bilateral, mas sim uma ruptura unilateral", afirmou.

 

Depois de o governo de Cuba comunicar no dia 14 a saída do Mais Médicos por "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras" feitas por Bolsonaro, os profissionais cubanos começaram a se desligar do programa.

 

Médico ortopedista, Luiz Henrique Mandetta, de 53 anos, está no segundo mandato como deputado federal e não disputou as eleições deste ano. Ele começou a contribuir com a campanha de Jair Bolsonaro ainda em março, quando foi procurado para ajudar a traçar um diagnóstico da saúde no Brasil.

 

A relação entre os dois, porém, é mais antiga. Vizinhos de gabinete na Câmara, Bolsonaro e Mandetta ficaram amigos ao longo dos anos de trabalho no Congresso. Pessoas próximas relatam que Bolsonaro sempre consultava o deputado do DEM sobre as votações em curso no plenário.

 

Mandetta é investigado por suspeita de caixa 2, tráfico de influência e fraude na licitação de sistema de informatização de saúde em Campo Grande (MS), onde foi secretário municipal da área. Questionado, disse não ser réu em nenhum processo. "Não tenho ainda condição nem de saber quais são as eventuais culpabilidades impostas a mim", afirmou.

 

Bolsonaro defendeu a escolha do deputado como futuro ministro da Saúde e disse que busca uma "saúde diferente". Embora Mandetta seja investigado pela Justiça, Bolsonaro destacou que ele ainda não é réu. Também disse que não o escolheu pelo partido, e sim pelo apoio da bancada e de entidades da área da saúde.

 

"Tinha uma só investigação contra ele, que é de 2009, se não me engano. Não deu nenhum passo esse processo. Ele nem é réu ainda. O que está acertado entre nós: qualquer denúncia ou acusação que vier robusta, não fará parte do nosso governo", disse Bolsonaro em coletiva de imprensa.

Agência Estado

 

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