Vereadores do PDT pedem que Haddad renuncie para Ciro disputar 2º turno 

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Vereadores do PDT pedem que Haddad renuncie para Ciro disputar 2º turno

2018-10-12 01:30:00
 

Os vereadores de Fortaleza Adail Júnior e Salmito Filho, ambos do PDT, usaram a tribuna da Câmara Municipal ontem para pedir que Fernando Haddad (PT) renuncie à candidatura à Presidência, para que Ciro Gomes (PDT) assuma a disputa e consiga derrotar o candidato do PSL, Jair Bolsonaro no segundo turno.

 

Como argumento, Adail citou o resultado da pesquisa Datafolha, divulgada na última quarta-feira, que aponta Bolsonaro com 58% dos votos válidos, enquanto Haddad tem 42%. Para Adail, deveria haver uma frente de esquerda e democrática a favor de Ciro.

 

Também no plenário, Salmito, ao defender a renúncia de Haddad, afirmou que a legislação eleitoral permitiria que Ciro assumisse a disputa.

 

Na mesma tribuna, o vereador Guilherme Sampaio (PT) afirmou esperar que "Ciro aja à altura da sua biografia e seja um democrata. E venha fazer publicamente a campanha do Haddad". Para o parlamentar, não pode haver omissão do pedetista.

 

Guilherme diz que a eleição está dividida em dois lados e que a escolha caberá ao povo brasileiro. "Temos tempo suficiente para que os democratas do Brasil se posicionem a favor da democracia", argumenta o petista.

 

"Não é mais o momento de discutir se é PT ou não PT. O que está em jogo é a democracia, a liderança do País por uma lógica autoritária que massacra e persegue minorias, cujos seguidores já estão matando gente no meio da rua ou, como fizeram com uma moça agora no Rio Grande do Sul, gravando uma suástica nazista na pele da moça porque estava usando a blusa EleNão", apontou Guilherme.

 

Ele acrescentou que se parlamentares do lado democrático juntassem forças no segundo turno, seria possível "salvar a democracia". "O Bolsonaro para mim é um candidato fake", ressalta o petista ao dizer que Jair "posa de valentão", mas "é um frouxo, não vai para um debate".

 

As manifestações dos parlamentares ocorrem após a senadora Kátia Abreu (PDT - RO) defender a desistência de Haddad e substituição por Ciro.

 

A proposta se baseia no artigo 77 da Constituição, que no inciso 4º diz que "se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação".

 

Segundo o cientista político Francisco Waston, a proposta é possível e tem base legal, em referência à Constituição. Para ele, "essa atitude pode ser o desespero dos partidos que se apresentam de esquerda frente a iminente derrota de Haddad para o candidato Jair Bolsonaro".

 

André Figueiredo (PDT), deputado federal e presidente estadual do partido no Ceará, comunicou que "a opinião de Kátia Abreu não é a do partido". Ele também anunciou que o PDT continua com o "apoio crítico' a Haddad no segundo turno da eleição.

 

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