Resultados não têm sido os desejados, dizem especialistas
O discurso do presidenciável do PDT, Ciro Gomes, assim como de outros candidatos que almejam vaga no 2º turno, tem tomado a mesma direção: mostrar-se como alternativa viável à polarização dos líderes das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Especialistas apontam, contudo, que a estratégia não está obtendo os resultados desejados.
No caso de Ciro, antigo aliado do PT, o ataque a Haddad e à sigla chega ao eleitorado como estratégia inconsistente, segundo o cientista político Cleyton Monte. "Essa crítica muito forte ao petismo cria ideia muito forte de incoerência. O eleitorado está assim: Como é que você pode fazer movimentos pró-PT e agora dizer que o PT arruinou o País?", explicou.
Professora da UFC e socióloga do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia, a cientista política Monalisa Lopes diz que a estratégia demonstra fragilidade no discurso, mas seria a única viável para o pedetista.
"Ele tinha que se mostrar uma opção mais viável que o PT, portanto ele tinha que atacar o candidato do PT pra isso. O que eu acho que é interessante observar é que não surtiu nenhum efeito positivo pra ele", expõe. Para ela, no entanto, a estratégia acaba sendo favorável a concorrentes de Ciro.
"Eu entendo que tende a favorecer mais os candidatos do outro campo, no caso nesse momento favoreceria mais a candidatura do Bolsonaro. O ataque que fortalece o antipetismo só fortalece a candidatura de direita", defendeu.