Haddad e Bolsonaro em mais um dia de ataque e defesa
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Haddad e Bolsonaro em mais um dia de ataque e defesa

2018-10-15 01:30:00
Candidatos à presidência da República na disputa de segundo turno, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro(PSL) voltaram a trocar acusações ontem, primeiro domingo da campanha de segundo turno. Haddad disse que o adversário precisa se explicar sobre seu discurso de defesa da tortura e de torturadores, enquanto Bolsonaro afirmou, quanto à cobrança de que participe de debates, que o mais correto ter do outro lado Luiz Inácio Lula da Silva, "que é quem nomearia o ministério em caso de vitória do PT. Mas, apesar disso, eu nunca aceitaria debater com ele".

 

Fernando Haddad fez campanha em São Paulo e reclamou da acusação feita pela campanha de Bolsonaro de que uma vitória sua transformaria o Brasil numa Venezuela. "É jogo de cena para desviar atenção do passado dele, de elogio a torturador, de dizer para uma colega de parlamento que não a estupra porque ela não merece, de falar mal do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, chamando ele de picareta e vagabundo", disse o petista.

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No Rio de Janeiro, mais uma vez fazendo campanha a partir de sua casa, Jair Bolsonaro se comparou ao juiz Sergio Moro, da vara de Curitiba que comanda os julgamentos da Lava Jato, no sentido da perda de liberdade. "Sergio Moro tem menos liberdade que um cara que anda com tornozeleira", disse, referindo-se a ameaças de morte que o magistrado receberia. Também mereceu elogios de Bolsonaro o juiz federal Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro.

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Bolsonaro reclamou da imprensa que, segundo diz, tenta transformá-lo em ameaça à democracia. Voltou a repetir, na oportunidade, que é vítima de notícias falsas. Mesma denúncia, inclusive, que faz Fernando Haddad, que, pede uma investigação sobre quem financia o que chama de "usina de notícias falsas" que tentam atingi-lo e que afirma estarem relacionadas com a campanha do adversário do PSL.

 

Em live que transmitiu, no começo da noite, desde sua casa na Barra da Tijuca, Bolsonaro estava acompanhado da mulher, Michelle, e de duas professoras de libras (linguagem Brasileira de Sinais), identificadas apenas como Adriana, da UFRJ, e Priscila, da PUC-SP. As duas, além de traduziram a fala do candidato, ao final da transmissão também declararam apoio ao seu nome.

 

O gesto fez parte da resposta de Bolsonaro a Haddad, que o tinha acusado, mais cedo, de ter votado contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência, na Câmara dos Deputados. O candidato do PSL negou e garantiu ter sido contra, apenas, um ponto que o texto se referia à causa LGBT. "Existe um ativismo muito forte na questão LGBT. Não tenho nada contra, mas o Estado não tem que se meter com isso", alegou.

 

O Ibope deve anunciar hoje sua primeira pesquisa sobre o segundo turno. O Datafolha, na semana passada, apresentou uma vantagem de 16 pontos em favor de Bolsonaro, que aparece com 58% das intenções de voto, contra 42% de Haddad.

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